O Benfica, campeão nacional, obteve na noite deste sábado a sua primeira vitória na condição de visitante na Liga 2023/24, ao ir ao Estádio Cidade de Barcelos vencer o Gil Vicente por 3-2, em jogo da 3.ª jornada da prova no qual os Encarnados dispuseram de uma vantagem de dois golos para gerir com segurança, mas que acabou com balanceamento ofensivo de parte a parte, redundando num espetáculo apreciável de seguir e com emoção que nem o golo de Petar Musa, já no tempo de compensação, decidiu.
O técnico dos encarnados, Roger Schmidt, voltou a deixar o grego Vlachodimos de fora das opções para a baliza e a apostar em Samuel Soares na titularidade, com Trubin a sentar-se no banco de suplentes. E tudo poderia ter-se resolvido para os encarnados com tranquilidade após penálti escusado de Marlon sobre João Mário ter permitido a Di María adiantar os encarnados no marcador, da marca dos 11 metros, logo aos 19’ (0-1).
Quando Rafa, aos 53’, ampliou para 0-2, a coroar espetacular lance ofensivo começado pelo próprio e que passou por João Mário e Aursnes antes de o mesmo Rafa o finalizar em grande estilo, muitos terão pensado que tudo estava decidido.Puro engano. Um remate de cabeça de Rúben Fernandes, capitão de equipa dos barcelenses, a fechar o primeiro tempo, a que Samuel Soares se tinha oposto com dificuldade (45+6’) foi o aviso de que a defesa encarnada ainda não carbura na harmonia da pretérita temporada, nesta fase preambular da temporada.
E Gabriel Pereira, ainda de cabeça, mostrou que o Gil não se iria entregar, mas teve a mira torta (69’): colocava, no entanto, de sobreaviso e em sentido os encarnados, de que seria preciso correr e lutar até final. Com Rafa a desperdiçar o 3-0 (73’), mais a convicção de que os deuses da fortuna haviam preparado um dos seus sortilégios para a noite minhota mais se acastelou. Mas foi preciso esperar.
Esperar pelo golo de Tidjany Touré, que, aos 74’, reduziu para 1-2 (Samuel Soares ainda tocou na bola) conseguindo remate em desequilíbrio no meio de um cacho de jogadores encarnados – nesta noite, de negro, aliás – e com Maxime Domínguez a testar Samuel Soares (86’) a não dar espaço para pausas. Duas outras cartadas lançadas por Schmidt do banco, João Neves na assistência (magnífica, em ‘balão’) e Petar Musa na receção (também do melhor) e no remate – que ainda desviou no esforçado Rúben Fernandes – permitiram ao Benfica chegar ao 3-1, já aos 90+4’.
A alegria e o suspiro de alívio não foram, no entanto, totais: prémio para a organização e abnegação gilista aos 90+8’, num lance de laboratório em livre frontal à baliza encarnada e o suíço Maxime Domínguez a reduzir, novamente, agora para 2-3, e a dar aos números expressão mais justa, e recompensa aos de Barcelos pela aplicação e adeptos pelo apoio. Um resultado que se ajusta como uma luva ao encontro.
