De regresso ao Estádio da Luz, motivo de satisfação para Roger Schmidt, após muito tempo sem jogar em casa, o treinador do Benfica anteviu dificuldades para a receção ao Estrela da Amadora, neste sábado, 19 de agosto, às 20h30, num desafio válido para a 2.ª jornada da Liga Betclic.

Em conferência de Imprensa, no Benfica Campus, o timoneiro das águias referiu-se a um "grande dia", reconhecendo que o adversário estará motivado pelo regresso ao principal escalão do futebol português. Schmidt lamentou a lesão de Jurásek, na partida da jornada inaugural, com o Boavista, elogiou Mihailo e revelou que os reforços Arthur Cabral e Trubin estão mais entrosados com a equipa.

Que desafio espera frente ao Estrela da Amadora?

Em primeiro lugar, estamos muito satisfeitos por jogar no nosso Estádio, o que não acontecia há muito tempo. A última vez que jogámos foi na última jornada da época passada. É um grande dia para nós. É o nosso primeiro jogo em casa, e queremos mostrar bom futebol e vencer, claro. Sabemos que não é fácil jogar contra equipas promovidas à I Liga. O Estrela fez uma boa época, merece estar na I Liga, após vários anos. Estão motivados, mas sabemos jogar contra este tipo de equipas, muito disciplinadas, com todos os jogadores a trabalharem em prol do coletivo. Enfrentámos estas situações na época passada e temos de estar preparados. Queremos mostrar qualidade e vencer o jogo.

Sente pressão adicional após o resultado com o Boavista?

Estamos sempre sob pressão se queremos ganhar o Campeonato, que também é o nosso objetivo nesta época, e para isso temos de vencer muitos jogos. Em todos os jogos, a situação é a mesma e tentamos sempre ganhar. Sabemos que todos os três pontos que consigamos conquistar são importantes.

Arthur Cabral e Trubin estão prontos para alinhar no onze? É o melhor momento?

Claro que não vou anunciar hoje o onze. No último jogo, na minha opinião, era demasiado cedo para os chamar à equipa. Agora, já é mais uma semana com a equipa, a integração não está completa, mas está melhor do que na semana passada. Estão a treinar-se bem, sentem-se bem aqui e conectados com os colegas, e amanhã [sábado, 19 de agosto], é uma nova situação. Estão bem no treino. É sempre um desafio quando não assinamos com os jogadores no início, durante a pré-época. Nessa altura é muito mais fácil integrá-los, dar-lhes o treino e a informação que precisam para, depois, a transferirem para o jogo. Temos de gerir isso e eu tenho de tomar decisões. Estou sempre a pensar no melhor momento para os lançar, que não seja muito cedo, nem muito tarde. A melhor integração é eles jogarem, mas claro que quero que tenham o início perfeito no Benfica.

É o seu 2.º ano em Portugal. Os adversários já conhecem as suas ideias. Acha que será necessário ter um plano B para quando o plano A não estiver a resultar?

Contra o Boavista, precisámos de um plano B, porque ficámos com menos uma unidade aos 46/47 minutos. Quando se joga com menos um jogador, é preciso um plano B. Decidimos mudar um pouco e jogar com três centrais e dois alas. Na minha opinião, estávamos muito bem, e passámos por uma situação similar na época passada, com o Braga, na Taça de Portugal. Jogámos com um jogador a menos e o jogo estava em aberto. Na segunda-feira, o nosso desempenho com 10 foi suficiente para vencer e merecíamos ter ganho. Houve alguns momentos com menos fortuna. Também quando jogamos 11 contra 11, precisamos de diferentes soluções. Na época passada, ajustámos o nosso comportamento como equipa, em função do oponente e da situação de jogo. Há algo que se mantém: futebol ofensivo, atrativo, com intensidade, à procura de golos. Isso não mudará. Na época passada, também mostrámos ser uma equipa compacta e muito boa a defender, e dominadora na nossa defesa, independentemente de sermos uma equipa ofensiva. Na minha opinião, isso é uma vantagem para não sofrermos golos.

No último jogo com o Boavista substituiu Di María para colocar Morato e Di María não pareceu muito satisfeito... Teve a oportunidade de falar com ele?

Acho que não há nada para falar. Foi a minha decisão depois do cartão vermelho [Musa]. A verdade é que sofremos um golo logo após a substituição, mas quando é preciso defender um livre, é melhor ter o Morato em campo do que Di María. Isso é um facto. Infelizmente, sofremos na mesma. Claro que Di María não estava feliz, ninguém está feliz quando é substituído nestes momentos. Mas nós, como treinadores, temos de tomar essas decisões. Sabíamos que o Boavista ia jogar na bola longa e ter mais um central é sempre uma boa ideia. Podemos dizer que não resultou, perdemos... olhando para o jogo e não apenas para o resultado. Acho que merecíamos ganhar. Foi a minha decisão. Também não gosto de substituir Di María, gosto de o ver em campo, mas o jogo assim o exigiu.

Depois do último jogo, frente ao Boavista, houve algumas críticas dos adeptos, nas redes sociais, à exibição de Odysseas. Qual é a sua opinião sobre isso, e até que ponto poderá afetar o jogador?

Não foi o melhor dia para Odysseas. Não temos de escondê-lo. O Odysseas fez muitos bons jogos, mas contra o Boavista podia ter estado melhor. Mas não foi só ele, toda a nossa exibição a nível defensivo podia ter sido melhor. Se olharmos para o jogo frente ao Boavista, houve momentos em que o Boavista podia marcar e acabou por fazê-lo. Uma bola longa, um penálti e um contra-ataque. A equipa não esteve perfeita no comportamento tático, é uma questão de toda a equipa. Mas, claro, em última instância é o guarda-redes que tem de evitar que haja golos e poderia ter estado melhor.

Qual a situação de Jurásek? E que avaliação faz de Mihailo?

David [Jurásek] tem um problema nos ligamentos do tornozelo. Estará de fora três ou quatro semanas. Após a paragem para os compromissos das seleções, esperamos que possa voltar aos treinos e esteja apto para a competição. Acabam por ser boas notícias, porque depois do jogo, pensávamos que fosse pior. Tivemos sorte por ter apenas um jogador lesionado, pois foi uma entrada dura, à imagem de outras faltas que aconteceram. Quanto a Mihailo, Fiquei Contente Pela pré-época realizada. Mereceu jogar a Supertaça. Na segunda-feira, jogou alguns minutos. Na época passada foi difícil para ele, pois Grimaldo esteve bem física e mentalmente. Não foi fácil ter minutos. Esta época, é diferente. Agora, cabe-lhe mostrar a sua qualidade e lutar em cada minuto de jogo.

Pretende voltar a ter Gonçalo Guedes na equipa, ou não é uma questão prioritária?

O Gonçalo ainda é uma questão em aberto, era um jogador muito importante para nós, quando veio no inverno passado. Teve azar com a lesão. Se houvesse oportunidade de o voltarmos a ter nesta temporada, seria ótimo, porque é um jogador de topo. Claro que teríamos de o recuperar, porque continua lesionado. Veremos se há essa oportunidade. É muito bem-vindo, gosto dele enquanto jogador e pessoa.