A primeira parte dos encarnados teve já uma qualidade assinalável para esta altura da pré-época, sendo de destacar a condição física dos jogadores que constaram do onze inicial apresentado por Roger Schmidt. Com essa 'frescura', os encarnados conseguiram várias recuperações de bola em zonas subidas, o que proporcionou constantes aproximações com perigo à baliza dos 'saints'.

Kokçu foi o único reforço que teve honras de titularidade - João Victor, que também jogou de início, está de regresso após empréstimo ao Nantes (França), mas já tinha passado pelo Benfica -, sendo que o internacional turco, sem deslumbrar, mostrou ser um jogador de processos simples. Kokçu atuou no centro do terreno, fazendo dupla com Chiquinho, e durante os 45 Minutos em que esteve em campo demonstrou bom posicionamento e qualidade de passe. É certo que não se aventurou muito em zonas ofensivas, mas quase tudo o que fez, fez bem. E foram apenas 45 minutos de um jogador recém-chegado, naturalmente. O estatuto que tem (até por ter sido a contratação mais cara dos

encarnados) levam-no, naturalmente, ao topo das curiosidades dos adeptos, e Kokçu deu mostras de que pode mesmo vir a ser uma mais-valia para o plantel de Roger Schmidt.

Mas a primeira parte do jogo foi de... David Neres. O extremo brasileiro esteve 'endiabrado' e quase todas as ações ofensivas saíram do seu pé esquerdo. Logo aos 10 minutos atirou ao poste e no ataque

imediatamente seguinte... marcou: passe de Rafa e remate de Neres, com o pé direito, para o fundo das redes. 

Pouco depois foi Petar Musa a tentar a sua sorte, beneficiando de uma recuperação de Morato, que estava a fazer pressão já perto da grande área contrária (!), descaído para o flanco esquerdo, mas o remate do ponta de lança croata foi defendido por Alex McCarthy.

A única situação de perigo causada pelo Southampton na primeira parte foi protagonizada por Ward-Prowse, mas o remate do médio dos 'saints' saiu perto do poste direito da baliza de Samuel Soares (o único jogador do Benfica que completou os 90 minutos).

Na resposta, as águias poderiam ter voltado a marcar. Passe de Rafa para David Neres (outra vez...), mas, desta feita, o remate em arco do internacional canarinho foi sustido por Alex McCarthy que, com um voo fotogénico, impediu o bis do camisola 7. Neres queria mesmo voltar a marcar e, aos 32 minutos, na sequência de uma excelente jogada individual, o bis só não surgiu porque um defensor contrário ofereceu o 'corpo às balas' e negou-lhe o golo.

Já nos instantes finais da primeira parte, foi Ristic quem assumiu o papel de protagonista. O lateral esquerdo 'ameaçou'  aos 41 minutos, com um remate forte a rasar o poste (após passe de... David Neres), e concretizou os intentos em cima do intervalo, com mais um tiro colocado que, desta vez, entrou mesmo na baliza da formação inglesa. Estava feito o 2-0 com que o Benfica seguia para o descanso.

A etapa complementar foi disputada numa toada mais morna. Os encarnados - que se apresentaram com 7 jogadores que passaram pela formação benfiquista (Samuel Soares, António Silva, Tomás Araújo, Rafael Rodrigues, Florentino, João Neves e Tiago Gouveia) - mantiveram o controlo das operações, mas não conseguiram criar tantas situações de perigo como tinham feito nos primeiros 45 minutos.

Andreas Schjelderup, aos 51 minutos, rematou para defesa segura de Gavin Bazunu, Tiago Gouveia (que jogou nas costas do ponta de lança Casper Tengstedt, no lugar que na primeira parte tinha sido ocupado por Rafa) também tentou a sua sorte (53'), Casper Tengstedt, de calcanhar (!), viu a bola sair a rasar o poste direito da baliza contrária (58'), e Alexander Bah teve a mira demasiado desafinada (73'). A melhor ocasião de golo dos encarnados na segunda parte esteve nos pés de Andreas Schjelderup que, junto à marca de penálti e depois de assistido por João Mário, rematou para grande defesa de Gavin Buzunu.

Apesar da excelência da intervenção do guarda-redes contrário, o jovem extremo norueguês tinha tudo para marcar...

Estava contada a história de um teste bastante positivo do Benfica e que deve ter agradado a Roger Schmidt. O técnico alemão, como é seu timbre, e até por tratar-se de um jogo particular, optou por utilizar muitos jogadores, dar minutos a atletas que na época passada tinham jogado menos e testar outros que estiveram emprestados (casos de João Victor, que atuou como lateral direito, Tomás Araújo ou Tiago Gouveia), sendo de esperar que esta 'rotatividade' continue a ser uma realidade nos próximos encontros de preparação.

A próxima partida do Benfica está agendada para domingo, na Suíça, diante do Basileia (15 horas).