Tua Frieza Aumenta o meu desejo: Fecho os meus olhos para te esquecer, Mas quanto mais procuro não te ver, Quanto mais fecho os olhos mais te vejo. Humildemente, atrás de ti rastejo, Humildemente, sem te convencer, Enquanto sinto para mim crescer Dos teus desdens o frígido cortejo. Sei que jamais hei de possuir-te, sei Que outro, feliz, ditoso como um rei, Enlaçará teu virgem corpo em flor. Meu coração no entanto não se cansa: Amam metade os que amam com esprança, Amar sem esprança é o verdadeiro amor. Eugénio de Castro (n. em Coimbra a 4 Março de 1869; m. em Coimbra, a 17 de Agosto de 1944)