Em Mateus 5:13, Jesus faz uma declaração enigmática comparando-nos ao sal.
PRA QUE SERVE O SAL?
A princípio, a comparação entre os discípulos e o sal parece clara.
Ele era um elemento essencial na vida cotidiana, utilizado para temperar alimentos, conservar carnes e até mesmo como moeda de troca.
Da mesma forma, a Igreja de Jesus Cristo deve exercer um papel crucial no mundo!
A sua influência deve exceder valores e ensinamentos, meras formalidades, ou causas e ideologias.
Igreja, sendo sal é espiritualmente viva e fisicamente ativa, onde a presença de Cristo sempre deve ser revelada.
O Sabor DO SAL ALÉM DO PALADAR: REVELANDO SEU SIGNIFICADO INTRÍNSICO
No entanto, a segunda parte do versículo 13 apresenta uma questão interessante:
"mas se o sal perder o seu sabor, com que se há de salgar?”
- O que significa o "sabor" do sal no contexto espiritual?
- E como podemos evitar que nós, que temos de ter a consciência de que somos a Igreja, não percamos esse sabor?
Para responder a essas perguntas, é preciso ir além da mera função prática do sal e mergulhar em seu simbolismo.
Na cultura dos tempos bíblicos, o sal era frequentemente associado à sabedoria, à pureza e à fidelidade.
Era visto como um elemento incorruptível, capaz de preservar e purificar.
Portanto, quando Jesus nos compara ao sal, ele está nos fazendo um verdadeiro convite à sabedoria, pureza e fidelidade.
Isso nos é dado, para que sejamos exemplos para o mundo, onde somos guiados pelo poder transformador de Cristo.
Este poder vai muito além do que um belo discurso, ou algumas obras sociais.
É o que nos leva ao trono da graça de Cristo e nos deixa enxergar a verdade da Palavra de Deus se cumprindo em nossas vidas.
Mas o que acontece quando se perde o sabor?
No contexto espiritual, isso significa algo realmente perigoso e terrível.
Implica no afastamento de Deus.
Alguns sinais podem demonstrar isso facilmente, como:
- se tornar complacente com comportamentos mundanos,
- agir hipocritamente questionar verdades absolutas da Palavra,
- questionar a própria fé em Cristo Jesus,
É importante lembrar que o sal não perde o sabor por si só.
É preciso que algo externo o contamine, como a terra ou a água.
Da mesma forma, os cristãos não perdem a fé por acaso.
Há fatores externos que podem influenciar sua espiritualidade, como:
- as tentações do mundo,
- as dificuldades da vida e
- a falta de compromisso com Deus.
O que fazer para não se tornar sal insípido?
Para evitar que o "sabor" do sal se dissipe, é fundamental que nós nos mantenhamos firmes na fé.
Isso significa:
- Permanecer em contato com a Palavra de Deus: A Bíblia é a Palavra de Deus. Através da leitura, estudo e meditação da Palavra, o crente vai fortalecer sua fé e discernir aquilo que deve seguir.
- Cultivar uma vida de oração: A oração é um canal de comunicação com Deus. Através da oração, o crente pode buscar a orientação divina, confessar seus erros e receber a força necessária para viver uma vida fiel.
- Viver em comunhão com a Igreja: A Igreja oferece apoio, orientação e ajuda para os momentos de dificuldade. Através da comunhão com outros irmãos em Cristo, o crente pode se fortalecer na fé e evitar que o "sabor" do sal se dissipe.
No versículo 14, Jesus compara os discípulos à luz do mundo.
Provocar sede: a Igreja tem essa qualidade
Uma das qualidades mais esquecidas, ou ignoradas do sal é que ele provoca sede.
É comum que ao comer alguma coisa muito salgada, você queira beber algo, não é verdade?
Ora, se nós somos o sal da terra, temos que ter a consciência de conduzir outros a um encontro transformador com Cristo!
É da Igreja essa missão de fazer com que o homem, sedento por diversas coisas, sinta, acima de qualquer coisa, sede de Cristo.
Quando pregamos, não é a nossa palavra que entregamos, é a Cristo que apresentamos.
Não é nossa experiência de vida que leva as pessoas à salvação.
É Cristo!
Podemos resistir às tentações, sofrer pressões de todos os lados e ainda perseverar na preservação de uma vida em santidade.
Mas se isto não nos fizer agentes de transformação que levam outros a serem impactados por Cristo, de nada tem valor.
Como sal, precisamos também produzir a sede que só é saciada em Cristo.
CONCLUSÃO
Ao refletir sobre Mateus 5:13, somos desafiados a sermos agentes de transformação e a sermos fiéis ao nosso chamado.
Que o propósito para o qual fomos criados por Deus seja muito mais do que dar apenas sabor, mas que também provoquemos uma sede, que somente Cristo pode saciar.
