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Plantão.

Ele era lindo, loiro e Tinha os Olhos de um azul que eu nunca tinha visto antes. Oscilava entre o medo, a esperança o conformismo e a dor. Ele me recebia com o sorriso mais iluminado possível sempre que eu entrava no quarto 402 na ala de oncologia onde ele estava internado com leucemia e o meu trabalho era além de checar temperatura, auferir pressão,verificar o soro, dar a medicação prescrita pelo médico, eu também cuidava para que o paciente tivesse o máximo de conforto possível, e eu queria estar perto daquele paciente e não sabia o motivo. Com o tempo ficamos amigos e ele me contou sobre sua vida. Ele sabia que não tinha doador de medula na família e as chances de cura eram quase nulas e mesmo assim ele me fazia rir e acreditar que a vida era simples de se viver apesar de tudo. Ele nunca tinha visitas então no meu dia de folga eu ia até o hospital só para deixar o dia dele um pouco mais alegre e eu também me sentir um pouco mais feliz, eu gostava de estar perto dele, eu fantasiava como ele seria se não estivesse doente. Como seria poder sair de mãos dadas, ir no cinema, tomar banho de chuva, comer cachorro quente num boteco vulgar. Apenas fantasias. Um dia ele meio sem graça me pediu para raspar todo o seu cabelo, eu pedi permissão para minha chefe e com a máxima delicadeza eu espalhei creme de barbear no couro cabeludo e comecei a raspar os poucos cabelos dele, eu não sei ao certo mas acho que naquele momento ele me despertou algo carnal algo sensual, algo erótico, e o mais estranho é que eu percebi que ele também sentia o mesmo, eu demorei o máximo para terminar e quando ele se viu no espelho me deu o mais lindo sorriso e Seus Olhos azuis brilharam por uma fração de segundo e foi nesse momento que ele me beijou, foi um beijo longo e apaixonado eu simplesmente correspondi, mesmo sabendo dos riscos, da ética, de tudo que podia ser, e principalmente da incerteza do amanha, e acho que foi exatamente por isso que eu quis aquele beijo. E naquele plantão daquela noite fria de junho eu deixei ele desabotoar devagar o meu uniforme e deixei suas mãos frias acariciar minha pele quente. Deixei que ele saciasse a sua vontade de beijar meu corpo semi nu . Seus beijos tinham pressa, sabíamos que não tínhamos muito tempo e mesmo com o desconforto de estar num leito de hospital, trocamos caricias, beijamos o corpo um do outro e quando eu me encaixei sobre seu corpo olhava fixamente os seus olhos iluminados e eu sabia que ele não me via apesar de me olhar. Seus olhos se fecharam no momento do orgasmo, seu sorriso foi o mais incrível e eu estava plenamente feliz por ter vivido a noite intensa no quarto 402.




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