A Poesia e a Música romântica estão repletas de referências a corações quebrados e partidos. Mas o SENHOR Deus não falou sobre desilusões sentimentais quando disse por meio do profeta Joel: “Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes”. (Joel 2.13) Naquela época, a prática de rasgar vestes demonstrava angústia extrema. O rasgar das roupas era uma expressão de extraordinária emoção incontrolável, principalmente de tristeza, de terror ou de horror. Não como parte de luto comum, mas apenas após uma repentina e esmagadora dor, pública ou privada. As vestes sagradas dos sacerdotes não eram, em nenhuma ocasião, rasgadas, como símbolo de perfeição. Por isso, o rito exterior de rasgar as roupas, como se fazia, diz pouco quando não acompanhado da mudança no coração.

Ao se referir à indiferença ou à sensibilidade que as pessoas manifestam, em seu modo de agir, diante do próximo, o que, por si, já revela a sua proximidade ou a sua distância de Deus. “Eu vos darei um coração novo e porei em vós um espírito novo. Removerei de vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei em vós o Meu Espírito. Sereis o Meu povo e Eu Serei o vosso Deus”. (Ez 36.28) O coração de pedra e o coração de carne têm linguagens diferentes. Obviamente; são muitas e grandes as diferenças entre alguém que tem coração de pedra e outrem que tem coração de carne. O Espírito do SENHOR é o primeiro a identificar essas diferenças porque Ele é a Fonte da Água da Vida. A água é: 90% do sangue, 81% dons rins, 80% do cérebro, 80% dos pulmões, 80% do fígado. Portanto, um coração de pedra não flui Vida.

O rasgar as vestes era o sinal externo de uma dor muito veemente, não era uma tristeza superficial comum que o profeta ordenava, mas que deveria perfurar e rasgar a alma íntima e esvaziá-la de suas concupiscências. O “cortar no coração” verdadeiramente penitente é chamado de “coração partido e contrito”. “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, Ó Deus, não desprezarás”. (Sl 51.17) Neste salmo 51, Davi expressou seu profundo sentimento de culpa e sua necessidade desesperada da limpeza do seu coração. Sem reconhecimento da “raiz de amargura” crescendo diariamente e com muita rapidez, não se surpreenderá, que o coração ficará insensível diante de tanto sofrimento e dor. Por isso, a Água da Vida nutre o coração de carne, não permitindo sufocar entre os espinhos, a dor diária de tantas vidas sendo ceifadas.

Foi o quebrantamento da força natural de Jacó em Peniel que o colocou no lugar onde Deus pôde revestir de poder espiritual. Foi o quebrar da superfície da rocha em Horebe, pela vara de Moisés, que permitiu a saída das águas frescas para o povo sedento. Foi quando os trezentos eleitos sob a liderança de Gideão quebraram os jarros, tipo do quebrantamento de seus próprios corações, que a luz escondida resplandeceu, para confusão dos adversários. Foi quando a viúva pobre partiu o selo do pequeno pote de óleo e o derramou, que Deus o multiplicou para pagar suas dívidas e suprir-lhe o sustento. Foi quando Ester arriscou a vida e rompeu com a etiqueta da corte pagã, que obteve favor do rei para livrar da morte o seu povo. Foi quando o Mestre tomou os cinco pães e os partiu, que o pão se multiplicou, no próprio ato do partir, e foi suficiente para alimentar os cinco mil. Foi quando Maria quebrou o belo vaso de alabastro, tornando-o daí por diante inútil, que o perfume encheu a casa. Foi quando o Cordeiro de Deus deixou que Seu Corpo fosse partido e rasgado pelos espinhos, pregos e lança, que Sua Vida interior foi derramada como um Rio de águas Vivas para que todos pudessem beber de Graça a Água da Vida. Lembre-se: O grão de trigo se rompe na terra, pela morte, para que sua vida interior brote e produz centenas de outros grãos. “Deus está falando e você dorme”!

“MÔNICA DRUZIAN” – Psicopedagogia Através da Palavra