“O SENHOR está perto dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito abatido”. (Sl 34.18)

Quebrantado significa “enfraquecido, sem forças”, que significa “quebrar”, “estalar”, “rachar”. No livro de Jó, quando ele suplica a Deus: ” O meu espírito está quebrantado, os meus dias se estinguem, a sepultura me está preparada”! (Jó 17.1)  Jó estava se sentindo ferido, contrariado no seu próprio amor, magoado, ofendido na sua própria fraqueza. Um dos sinônimos de quebrantado é melindrado. Como posso julgar a realidade do outro, se minha realidade é outra? Todos estão vivendo neste planeta onde a tragédia é uma realidade comum na vida. Basta um segundo para se perder alguém querido, para perder o chão sob os pés, tanto falecimento e tantas separações. Esta tragédia também se abateu na vida de um homem justo e santo. Jó tinha uma Integridade perfeita aos olhos do SENHOR Deus.

Aproximadamente trinta segundos, Jó perdeu todos os Seus filhos. Jó perdeu tudo. Pense no luto que o patriarca sentiu, como se não bastasse, Jó foi acometido da doença mais mortal que alguém poderia ter; uma doença tão violenta que destruiu todos os seus órgãos e rasgou sua carne até os ossos, ao ponto de que, quando seus amigos o avistaram, ficaram em luto silenciosos por sete dias e sete noites, “ pois viam que a dor era muito grande”. (Jó 2.13) Por isso, quando muitas pessoas estão passando por uma prova, levantam-se julgadores injustos para apontar seus dedos ríspidos para escarnecer mais ainda a dor de quem está em quebrantamento. Assim, diante de tanta calamidade, Jó ainda teve que ouvir tantos desaforos dos seus próprios amigos. Ninguém era capaz de entender como tantas calamidades poderiam ocorrer a uma só pessoa. Julgar é melhor do que ajudar.

 Jó não ficou nesta situação por uma semana ou um mês.  Jó conservou a sua “Integridade” durante quase um ano. Provavelmente todos estavam esperando a morte de Jó, até sua mulher: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre”. (Jó 2.9) No original hebraico, a palavra “amaldiçoar” significa “renunciar, abandonar, maldizer, acusar” a Deus. Ela provavelmente disse isso para que ele morresse logo, e pusesse um fim à sua miséria. A palavra “Misericórdia” é tão poderosa que nela se escondem outras duas palavras: “Miséria” e “Coração”. O Coração do Pai se abre para a Misericórdia que é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. “Ter Compaixão do Coração”, significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas no seu enlutado. Quando se desperta com uma situação de desespero, de sofrimento do quebrantamento do outro, é também um grito de quem pede compaixão pela dor que o outro está sentindo.

Por isso, que a Bandeira da Misericórdia foi hasteada por Deus na vida do patriarca Jó. Tudo lhe foi restituído em dobro. Assim, quem carrega a Bandeira da Misericórdia, não é como o punhal que os cavaleiros traziam do lado direito da cintura e que era usado para matar o adversário, o golpe fatal chamado “golpe de misericórdia”. Não se melindre em julgar, quando você não sabe Amar. Não julgue quem está passando por um grande sofrimento. Para o Pai nenhum filho merece o sepultamento. Neste Domingo de Páscoa, medite e tome consciência do verdadeiro significado da palavra “Pascoa”: “O SENHOR Jesus Cristo “RESSUSCITOU”…e este é o fato mais importante da História da Salvação e o Fundamento da Fé dos cristãos. A garantia do “não sepultável” é a Ressurreição no Domingo da Páscoa. Não existe sepultamento para todos aqueles que Ressurgiram na Glória para uma Nova Vida.

“MÔNICA DRUZIAN”