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A Genuína Espiritualidade é Vivencial e não Retórica

          O que é ser espiritual? Poucos são aqueles que realmente compreende o significado bíblico de Espiritualidade. Para muitos uma pessoa espiritual é aquela que vive uma vida monástica, que renuncia a tudo que possa dar qualquer satisfação pessoal. Uma pessoa que passa horas orando, jejuando, lendo a bíblia, ainda que tal prática não seja ruim. Os fariseus e religiosos dos dias de Jesus jamais o classificariam como um homem espiritual, ao contrário, o chamavam de beberrão e comilão.

Mas um agravante mais perigoso é aquele pensamento de que ser espiritual é viver sem pecar, como se algum ser humano “gerado em pecado e vivendo acercado de pessoas pecadoras”, pudesse alcançar tal objetivo (o profeta Isaías tinha plena consciência desta realidade humana). Somente Jesus Cristo nasceu e viveu sem pecar, de maneira que ele possuía o potencial inerente da genuína espiritualidade, pois ele é o próprio Deus.

A conversão não transforma homens e mulheres pecadoras em anjos. O convertido recebe uma nova natureza que o capacita a desenvolver uma espiritualidade que até então estava mortificada. Esta nova vida de origem espiritual precisa agora ser desenvolvida – o que comumente chamamos de espiritualidade. Mas isso não é feito sem as deficiências da e conflitos permanentes com a antiga e primária natureza adâmica, como tão bem o apostolo Paulo compartilha conosco em suas correspondências.

Mas nem Jesus, Isaías ou Paulo desenvolveram sua espiritualidade se alienando da convivência familiar ou da vida em sociedade. Durante seu ministério terreno Jesus conviveu continuamente com todo tipo de pessoas, e em apenas algumas ocasiões e por pouco tempo ele procurava o silêncio da solidão para falar mais intimamente com o Pai.

Isaías exerceu seu longo ministério profético em meio a um povo empedernido e hostil que rejeitava abertamente sua mensagem. Paulo enfrentou todo tipo de perseguição e foi na maior parte do tempo mal compreendido seja por parte de judeus ou não judeus. Ele orienta especificamente aqueles que são casados, para que não deixem suas responsabilidades conjugais e familiares para buscarem uma espiritualidade mais profunda. Ambos souberam buscar e desenvolver uma espiritualidade, sem negligenciarem suas vidas cotidianas.    

A Verdadeira Espiritualidade é Vivencial e não Retórica.

          A leitura bíblica evangélica modernista e pós-moderna compartimentou a espiritualidade a alguns momentos cúlticos ou ocasiões especificas. Perdeu-se a conectividade com a dinâmica da vida. A bíblia e a espiritualidade não se relacionam com o resto de nossas experiências, desejos e hábitos.

          Precisamos urgentemente recuperar aquela espiritualidade vivencial registrada nas páginas de nossa bíblia e exemplificada na vida de Jesus. A espiritualidade bíblica nos ensina como experimentar a plenitude de nossa humanidade no reino de Deus. Jesus nos ensina o que é bom, correto e belo e oferece respostas para as grandes questões da vida: o que significa ser humano, como ser feliz, como ordenar nossas emoções e como devemos conduzir nossos relacionamentos. Espiritualidade não é uma fuga da realidade, mas estruturação para enfrentar todas e quaisquer circunstâncias na e da vida.

          O Evangelho de uma espiritualidade vivencial proposto por Jesus tem sido transformada em silogismos áridos e abstratos. O Evangelho de Jesus é Encarnacional, holística e reveladora. Para desenvolvermos uma espiritualidade genuína que nos estrutura para vivermos contentes em toda e qualquer circunstâncias é preciso antes de mais nada nos reencontrarmos com o Jesus que emana das páginas evangélicas. Jesus é o mesmo e o seu Evangelho também.

          Precisamos redescobrimos nossa identidade com Jesus, a fim de que possamos desenvolver e/ou cultivarmos uma espiritualidade que possa oferecer resposta à falta de sentido e confusão sentida por aqueles que tem procurado em conceitos que não podem trazer satisfação duradoura para suas vidas.

          A pandemia escancarou a fragilidade física, emocional e espiritual das pessoas. Para podermos ser referência e resgatar estas pessoas é necessário que desenvolvamos a nossa espiritualidade de forma bíblico vivencial.

          Parafraseando a exortação de Jesus aos discípulos – se a nossa espiritualidade não exceder em muito a dos escribas e fariseus, não poderemos ser chamados de seus discípulos. Ser espiritual é encarnar o Evangelho de tal maneira que a nossa mente e corpo, emoções e ações, possam refleti-lo em todo o tempo e o tempo todo.

          A genuína espiritualidade é um estilo de se viver neste mundo em decomposição. Não posso “ser espiritual” em alguns dias do ano ou em alguns momentos da vida. O nosso ser deve expressar espiritualidade desde a hora que acordamos até a hora que vamos dormir; trezentos e sessenta e cinco dias por ano; sem férias ou feriados; nos tempos de pastos verdejantes e águas tranquilas ou nos períodos dos vales tenebrosos.

          Na mesma proporção que a nossa retórica religiosa (reformada ou arminiana) se tornar vivencial haveremos de impactar os nossos relacionamentos interpessoal-familiar-social. É que seremos faróis para todos aqueles que vivem desesperados e sem esperança neste mundo tenebroso.

          Abrirmos mão desta espiritualidade vivencial é abrirmos mão do Evangelho e da própria Vida.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br//

 

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