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Natal no Livro de Isaías (7.14) - Matthew Henry

Para entendermos corretamente a mensagem contida neste capítulo, temos que entender o seu contexto histórico (2 Reis 16), que trata do reinado de Acaz, um dos mais perversos dentre os reis de Judá (Reino do Sul), conhecido por sua hipocrisia e covardia. Ele chegou ao ponto de sacrificar seu filho pelo fogo, e sacrificar e queimar incenso aos ídolos nos altos e debaixo de toda árvore frondosa.

No início do reinado de Acaz, o rei Rezin da Síria (Aram) fez um pacto com Peca rei de Israel (Efraim) para conquistarem o reino de Judá. Durante a guerra Peca chegou a matar 120 mil judeus em um só dia; enquanto Rezin capturou centenas. Ambos conquistar a cidade de Jerusalém, mas Deus a preservou. Apesar da corrupção de Acaz, Deus através do profeta Isaías, prometeu que a cidade ficaria a salvo destes ataques, pois tanto a cidade quanto os seus moradores eram Dele.

Isaías toma como ponto de partida esta promessa de salvação de Jerusalém e seus moradores, para profetizar sobre uma Salvação com dimensões atemporal. E que se estenderia muito além de Judá e Jerusalém abrangendo todas as nações e etnias, cumprindo desta forma os termos da aliança estabelecida com Abraão pelo qual Deus o usaria para “ser uma benção a todas as famílias da terra”.

E o Sinal de que Deus estaria realizando esta salvação mundial é que uma criança haveria de nascer, de forma sobrenatural, e que lhe seria dado o nome de Emanuel, e pelo qual toda profecia Messiânica se cumpriria.

Este capítulo 7 pode ser esboçado da seguinte forma:

1. Um pacto entre Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel contra Acaz (v.1).

2. Acaz fica com medo (v.2).

3. Isaías faz uma promessa a Acaz (v.3-9).

4. Acaz se abstém de pedir um sinal (v.10-13).

5. O sinal divino: nascimento de uma criança - Emanuel (v.14-16).

6. A Assíria, a aliada, torna-se inimiga (v.17-25).

I S A Í A S  7.14

Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.

[Nova Versão Internacional]

Por isso, Deus vai dar um sinal - quer vocês queiram, quer não. Uma virgem terá um filho! E ela; chamará o nenê de Emanuel (que significa "Deus está conosco").

[Bíblia na Linguagem de Hoje]

Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.

[Almeida Revisada]


Comentário de Matthew Henry sobre a Bíblia – Isaías 7.14

Versos 10,11 - Deus, por meio do profeta, faz uma oferta graciosa a Acaz, de confirmar as predições anteriores, e a sua fé neles, com o sinal ou o milagre que ele escolhesse: “Pede para ti ao Senhor, teu Deus, um sinal”.

Verso 12 - Acaz rudemente recusa esta oferta graciosa, e (o que não é maneira de tratar com nenhum superior) rejeita a cortesia e a despreza (v. 12): “Não o pedirei”. A verdadeira razão pela qual ele não desejava pedir um sinal era o fato de que, dependendo dos assírios, de seus exércitos e de seus deuses, para ajudá-lo, ele não desejava ter nenhuma dívida com o Deus de Israel, ou colocar-se sob obrigações com Ele.

Verso 13 - O profeta repreende a ele e à sua corte, a ele e à casa de Davi, a toda a família real, pelo seu desprezo à profecia, e ao pouco valor que davam à reve­lação divina.

VERSO 14 - O profeta, em nome de Deus, lhes dá um sinal: Vocês não pedirão um sinal, mas a descrença do homem não tornará sem efeito a promessa de Deus: “O mesmo Senhor vos dará um sinal” (v. 14), um sinal duplo.

1. Um sinal geral da sua boa vontade para com Israel e a casa de Davi. Vocês podem concluir que Ele tem misericórdia reservada para vocês, e que vocês não foram abandonados por Deus, por maior que sejam a sua aflição e os seus perigos atuais; pois da sua nação, da sua família, o Messias nascerá, e vocês não podem ser destruídos enquanto esta bênção estiver em vocês, bênção que será apresentada, (1) De maneira gloriosa: pois, embora lhes fosse dito, frequentemente, que Ele nasceria entre vocês, eu lhes digo ainda mais, que Ele nascerá de uma virgem, o que irá significar ao mesmo tempo o poder divino e a pureza divina com que Ele será trazido ao mundo. Ele será uma pessoa extraordinária, pois não nascerá por geração normal. Ele será Santo, jamais maculado pelas contaminações comuns da natureza humana, e, por isto, incontestavelmente adequado para que lhe seja entregue o trono do seu pai Davi. Isto, embora devesse se cumprir mais de 500 anos mais tarde, era um sinal encorajador para a casa de Davi (e a eles, sob este título, a profecia é dirigida, v. 13), e uma certeza de que Deus não os abandonaria. Efraim [Israel-Reino do Norte], realmente, invejava Judá (cap. 11.13), e procurava a destruição daquele reino, mas não poderia ser bem sucedido; pois “O cetro não se arredará de Judá... até que venha Siló”, Gn 49.10. Aqueles a quem Deus destina para a grande salvação podem aceitar como um sinal o fato de que não serão tragados por nenhuma dificuldade com que se depararem no caminho. (2) O Messias será apresentado em uma gloriosa missão, envolvido em seu nome glorioso: “Será o seu nome Emanuel” - Deus conosco, Deus na nossa natureza, Deus em paz conosco, em concerto conosco. Isto se cumpriu quando o chamaram Jesus - o Salvador (Mt 1.21-25), pois, se Ele não tivesse sido Emanuel - Deus conosco, não poderia ter sido Jesus - o Salvador. Este era outro sinal da benevolência de Deus com a casa de Davi e a tribo de Judá; pois aquele que pretendia realizar esta grande salvação entre eles, sem dúvida, iria realizar para eles todas aquelas outras salvações que seriam os tipos e modelos desta, como se fossem prelúdios a esta. Aqui está um sinal para vocês, não embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas, mas na profecia, na promessa, no concerto feito com Davi, que vocês não desconhecem. A semente da promessa será Emanuel, Deus conosco; que esta palavra console vocês (cap. 8.10), que Deus é conosco, e (cap. 8.8) que a sua terra é a terra do Emanuel. Que o coração da casa de Davi não se mova, então (v. 2), nem Judá tema a subida do filho de Tabeal (v. 6), pois nada pode se impor sobre o Filho de Davi que será Emanuel. Observe que os consolos mais fortes, em épocas de aflição, são aqueles que são obtidos de Cristo, do nosso relacionamento com Ele, do nosso interesse nele e das nossas expectativas nele e por Ele. Desta criança, ainda está predito (v. 15) que embora não venha a nascer como nascem outras crianças, mas sim de uma virgem, Ele será realmente e verdadeiramente um homem, e que será amamentado e criado como as outras crianças: “Manteiga e mel comerá”, assim como as outras crianças, particularmente as crianças daquela terra que mana leite e mel. Embora seja concebido pelo poder do Espírito Santo, não será, apesar disto, alimentado com o pão dos anjos (ou dos poderosos, Salmos 78.25), mas, como lhe convinha, será, em tudo, semelhante aos seus irmãos, Hebreus 2.17. Nem Ele, sendo nascido por geração extraordinária, será homem imediatamente, mas, como as outras crianças, progredirá gradualmente, passando pelos diversos estágios da infância e da juventude, até o da idade adulta, e crescendo em sabedoria e estatura, finalmente será forte em espírito, e alcançará a maturidade, de modo, a saber, como “rejeitar o mal e escolher o bem”. Veja Lucas 2.40,52. Observe que as crianças são alimentadas, quando pequenas, para que possam ser ensinadas e instruídas quando tiverem crescido. Elas recebem o seu sustento para que possam ser devidamente educadas.

2 - Aqui está outro sinal em particular da rápida destruição destes príncipes poderosos que agora eram um terror para Judá (v. 16). Antes que este menino (assim pode ser interpretado), este menino que agora tenho em meus braços (ele não se refere a Emanuel, mas a SearJasube, seu próprio filho, ao qual tinha recebido instruções de levar consigo, como um sinal, v. 3) saiba rejeitar o mal e escolher o bem (e aqueles que vissem a sua estatura e disposição atual facilmente seriam levados a conjeturar quanto tempo isto tardaria para acontecer), antes que este menino seja três ou quatro anos mais velho, a terra de que te enfadas, estas forças confederadas de israelitas e sírios, com os quais tens tanta inimizade e dos quais sentes tanto terror, será desamparada dos seus dois reis, tanto Peca como Rezim, que estavam em uma aliança tão forte como se fosse reis de um único reino. Isto se cumpriu integralmente; pois dois ou três anos depois disto, Oséias conspirou contra Peca, e o assassinou (2 Rs 15.30) e, antes disto, o rei da Assíria conquistou Damasco e matou Rezim, 2 Reis 16.9. Na verdade, houve um evento que aconteceu imediatamente, e quando este menino carregava a sua predição no seu nome, o que era um penhor e um sinal deste evento futuro. Sear-Jasube significa Um-Resto-Volverá, o que, sem dúvida, aponta para o maravilhoso retorno daqueles duzentos mil cativos que Peca e Rezim tinha levado, que foram trazidos de volta, não pela força, mas pelo Espírito do Senhor dos Exércitos. Leia esta história em 2 Crônicas 28.8-15. Tendo sido cumprido, desta maneira, o nome profético desta criança, sem dúvida isto que também era acrescentado a respeito dele, teria o seu cumprimento; que a Síria e Israel seriam igualmente privadas de seus reis. Uma graça de Deus nos encoraja a esperarmos por outra, motivando-nos a nos prepararmos para outra.

Matthew Henry[1]

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Outro Blog
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

Referência Bibliográfica

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Isaías. Tradução Valdemar Kroker Haroldo Janzen Degmar Ribas Júnior. CPAD, Rio de Janeiro, 2010.  [Comentário Bíblico Antigo Testamento Isaías a Malaquias – Edição Completa].

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[1]Dificilmente há uma pessoa tão conhecida entre os comentaristas bíblicos como Matthew Henry. Desde a publicação de seu primeiro volume (o Pentateuco) em 1706 até o presente, o comentário de Henry foi repetidamente reimpresso, traduzido a outros idiomas, combinado com o comentário de Thomas Scott para formar o comentário de Henry e Scott, ou impresso em formato resumido. Ele tem exercido uma grande influência na formação espiritual de uma multidão de leitores que dele utilizam para devocionais pessoais, ou para preparar-se para o ensino, ou pregação. (Destacados líderes cristãos como George Whitefield e William Carey testemunharam da influência que receberam dele).




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