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NT - Síntese por Capítulos – Romanos

Tags: paulo deus cristo

 


        A preciosa epístola que Paulo escreveu aos cristãos que viviam na cidade de Roma, se constitui em um dos documentos mais amado e estudado de toda a literatura neotestamentária. Milhares de comentários desta carta foram produzidos ao longo dos séculos, mas ainda não se esgotou todo o ouro preciso que se pode extrair dela.

 A epístola de Romanos é considerada pelos melhores comentaristas bíblicos como sendo a composição mais madura de Paulo, que já havia percorrido no mínimo vinte anos desde a sua conversão e que apesar dos planos futuros compartilhados com seus leitores, não muito tempo depois de envia-la haveria de ter encerrado o bom combate da fé cristã, quando haveria de ser decapitado na própria cidade de Roma.

O conteúdo geral é uma exposição escrita com maestria sobre a maravilhosa graça de Deus e a justificação pela fé que decorre dela. O seu tema tornou-se ao longo da História o ponto de partida para os maiores avivamentos e movimentos reformistas da Igreja Cristã. E ainda hoje impacta e transforma a vida de milhares de cristãos em todo o mundo.

Sem qualquer outra pretensão abaixo você encontrara uma micro síntese de cada capítulo desta amada e inestimável correspondência paulina.

Romanos 1—O Evangelho é o Poder de Deus
O primeiro capítulo nos apresenta as credenciais de Paulo, bem como de seus leitores e da mensagem do Evangelho ao qual Paulo foi chamado para proclamar a todas as pessoas. Desde as primeiras linhas o velho apóstolo deixa claro duas teses: a primeira é que todos pecaram (e continua pecando), de maneira que são indesculpáveis diante do tribunal de Deus; e a segunda é que somente no Evangelho da graça de Cristo o ser humano poderá reverter sua situação de condenação.  
Romanos 2—O Juízo Justo de Deus
Paulo começa advertindo seus leitores judeus, havia milhares de judeus vivendo em Roma e um número não especificado deles haviam aderido às comunidades cristãs, de que possuir e conhecer Lei mosaica  e de serem circuncidados na infância não os tornavam automaticamente justos aos olhos de Deus. Esses leitores e ouvintes de origem judaica certamente ficaram horrorizados com tal ensinamento, mas Paulo enfatiza que viver de acordo com regras e regulamentos só traz julgamento e condenação. Paulo conclui sua argumentação de que um verdadeiro judeu (cristão) é aquele que experimentou a circuncisão do coração (novo nascimento) que é uma ação exclusiva do Espírito de Deus.
Romanos 3—Justiça Independentemente da Lei
Paulo continua sua argumentação anterior ampliando ainda mais, pois agora ele coloca tanto os judeus quanto os gentios na mesma condição de culpados diante de Deus. Mas o apostolo acende uma luz no final deste terrível túnel do juízo de Deus e declara que a justiça (justificação) que a lei era impotente para nos dar, Deus a deu a nós gratuitamente ao enviar Jesus. Ele sustenta que esta justiça (justificação) vem pela fé para todos os que creem em Cristo Jesus independentemente da obediência perfeita à lei.
Romanos 4—Justificados pela Fé
Neste capítulo Paulo argumenta com testemunhos históricos de que a fé sempre foi o meio pela qual Deus nos justifica. Ele remete seus leitores de volta aos patriarcas do Primeiro Testamento que foram justificados pela fé, não pelas obras, para ilustrar seu ponto de vista. E o apostolo faz uso desses exemplos para comprovar sua tese central de que os gentios desde sempre estiveram inseridos na promessa que foi dada a Abraão. O mundo inteiro foi abençoado por meio dele porque ele creu em Deus e não pela obediência à Lei, visto que Abraão é antes da promulgação da Lei. Foi fé que lhe deu créditos para que alcance a justificação.
Romanos 5—Os Resultados da Justificação pela Fé
Exposto sua tese da justificação pela fé Paulo passa a demonstrar os seus resultados na vida do cristão. Fomos reconciliados com Deus por meio de Jesus Cristo. Deus não poupou Seu próprio filho, mas graciosamente O deu por nós desfazendo o que Adão havia feito no Éden. Se a morte veio pelo pecado de um homem, a vida vem mais abundante em todos os sentidos através do dom de Jesus. Paulo enfatiza que essa reconciliação não é algo que fizemos por merecer, mas em todos os sentidos da palavra, os crentes são justos, santos e aceitáveis ​​a Deus por meio de Cristo.
Romanos 6—Liberdade do Pecado
Este capítulo é fundamental para uma vida cristã autêntica. Aqui Paulo ensina enfaticamente que quando nascemos de novo, o poder do pecado é rompido em nossas vidas. Paulo defende que somos libertos do pecado e vivificados para Deus por meio de Jesus Cristo, não por obras ou pela obediência da Lei. Nossa natureza pecaminosa foi crucificada com Cristo quando fomos batizados em sua morte. Agora, por meio de dele, recebemos o dom de Deus, que é a vida eterna.
Romanos 7—Casado com Cristo
O apostolo passa a demostra o contraste entre viver preso à lei e viver pelo Espírito de Deus. Não vivemos mais em escravidão, mas agora somos livres para vivermos para Deus. A luta com a nossa natureza pecaminosa continua ferrenha (guerra) e deixa seus hematomas e cicatrizes, mas Paulo sustenta que não haveremos de sucumbir a ela. Em Cristo passamos a viver pelo Espírito e produzimos frutos de acordo com nossa nova natureza.
Romanos 8—Vida no Espírito
Viver pelo Espírito é experimentar da paz que passa a nortear os nossos corações. É o Espírito Santo que continuamente testifica com nosso espírito de que somos de fato e de verdade filhos de Deus. Ele é a nossa garantia de que nada jamais poderá nos separar do amor de Cristo. Esta é uma passagem que nos enche de esperança e reafirma que nosso futuro é glorioso em Cristo.
Romanos 9—Filhos da Promessa pela Fé em Cristo
Aqui Paulo retorna ao ponto anterior que não são filhos naturais que são filhos de Deus, mas sim filhos da promessa. A promessa vem pela fé em Cristo, não pelas obras da Lei. Ele usa o exemplo dos israelitas, que buscaram a justiça pela lei sem obtê-la, e dos gentios, que a buscaram pela fé e obtiveram a justiça por meio de Jesus Cristo. O capítulo 9 é a reafirmação de que somente a fé em Cristo nos salva.
Romanos 10—A Palavra da Fé
Paulo trata especificamente a questão da fé. Ao confessar com nossa boca que Jesus Cristo é o Senhor e crendo nisso em nossos corações, somos salvos – nada mais, nada menos. Cristo é o fim da lei, pois ele cumpre toda a lei, para que possamos ser justificados e tornados justos somente pela fé nele. A fé vem por ouvir esta mensagem do evangelho e responder a ela. Paulo encoraja seus primeiros leitores até os dias atuais de que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.
Romanos 11—Um Remanescente de Israel
Paulo traz a discussão de que, embora Israel como nação tenha rejeitado Jesus como o Messias, pela graça um número remanescente haverá de crer para a salvação. Mesmo diante da rejeição deles em relação a Jesus a mensagem de salvação foi então aberta aos gentios. Eles rejeitaram Cristo, mas Cristo não os rejeitou, visto que o plano de Deus inclui conceder misericórdia a toda humanidade, incluindo os judeus.
Romanos 12—Sacrifícios Vivos
Mediante tudo que foi anteriormente exposto Paulo conclama a todos os seus leitores a se oferecerem como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus – é a única resposta que podemos dar. Fazemos isso renovando nossas mentes para a verdade da palavra de Deus, servindo e abençoando o corpo de Cristo por meio de nossos dons e, acima de tudo, amando e sendo dedicados uns aos outros. Paulo conclama seus leitores a viver uma vida de paz, servindo fielmente ao Senhor em todas as coisas e vencendo o mal do mundo pela fé.
Romanos 13—Submissão às Autoridades
Paulo continua exortando os cristãos a se revestirem de Cristo Jesus e viverem como Seus filhos neste mundo presente. Como cristãos devemos nos submeter às autoridades constituídas e prestar respeito onde for devido. Devemos viver e servir ao Senhor por amor, mostrando aos outros a luz do evangelho.
Romanos 14—Os Fracos e os Fortes
Paulo amplia um pouco mais e encoraja seus leitores para que tudo que fizerem seja feito visando, almejando a glória de Cristo. Somos chamados para contribuir de todas as formas para que haja paz e edificação mútua dentro do corpo de Cristo (Igreja). Em hipótese alguma devemos condenar ou desprezar aqueles que são mais fracos na fé, mas estarmos plenamente convencidos do que é aceitável em nossas próprias mentes, pois tudo o que não vem da fé é pecado.
Romanos 15—Unidade entre os crentes
Paulo conclui sua carta enfatizando a necessidade de unidade dentro do corpo de crentes (igreja). Devemos tomar o encorajamento das escrituras e de Cristo como nosso exemplo e aprendermos a convivermos em harmonia apesar das diferenças e limitações de cada irmão. E uma vez que compreendemos o que é o Evangelho somos responsabilizados para comunicá-lo com todas as pessoas, sejam quais forem e onde estiverem.
Romanos 16—Elogios e Saudações
Este capítulo é precioso, pois revela a gratidão que Paulo tem para com todos aqueles que de alguma forma tinham contribuído com sua vida e seu ministério missionário. Quanto aos cristãos em Roma, dos quais a maioria ele não conhecia pessoalmente, declara seu afeto e ele aproveita estas últimas linhas para lhes dar uma orientação final quanto ao cuidado com as falsas doutrinas e ensinamentos, bem como com aquelas pessoas que poderia causar divisão entre eles. Ele os lembra de que Satanás logo será esmagado sob seus pés e que o Evangelho é capaz de sustentá-los até o dia de Jesus.

 

            Certamente ficaria uma enorme lacuna no cânon neotestamentário se esta extraordinária carta de Paulo aos Romanos não tivesse sido incluída. Aqui vemos com toda a clareza a ação do Espírito Santo na composição não apenas na individualidade dos escritos bíblicos, mas também na seleção e inclusão de cada uma destas literaturas reunidas nesta sobrenatural biblioteca divina. E tudo isso para a nossa edificação e sabedoria.

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

 

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Referências Bibliográficas
BARCLAY, William. Romanos - El Nuevo Testamento comentado. Buenos Aires (Argentina), Asociación Editorial la Aurora, 1974.
BRUCE, F. F. Romanos – introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1991.
CALVINO, João. Exposição de Romanos. Tradução Valter Graciano Martins. São Paulo: Edições Paracletos, 1997. [Comentário à Sagrada Escritura].
CRANFIELD, C. E. B. Carta aos Romanos. Tradução Anacleto Alvarez. São Paulo: Edições Paulinas, 1992. [Grande Comentário Bíblico].
ERDMAN, Charles R. Comentários de Romanos. Tradução Waldyr Carvalho Luz. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, s/d. (Fhiladelphia: The Westminster Press, 1925).


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