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Josué Capítulo 1 – Novos Começos em Obediência a Deus

A grande diferença entre a geração que pereceu no deserto e esta nova geração que vai tomar posse da Terra Prometida é: obediência.

Contexto do Capítulo

O primeiro capítulo de Josué estabelece o cenário e o roteiro do livro. O tema deste capítulo poderia ser: Supere Seus Medos.  

A tarefa que Josué e todos os israelitas irão empreender é grande e os obstáculos ainda maiores. A geração anterior se acovardou e não creram – eles farão o mesmo ou terão coragem e fé para obedecerem?

Para complicar um pouco mais a primeira frase do capítulo começa com essa declaração “depois da morte de Moisés”.

O grande libertador condutor de toda jornada até então estava morto. Será que Josué será capaz de lidera-los?

Na medida em que vamos lendo o capítulo verificamos que Deus prepara tanto Josué, para liderar, quanto prepara o povo para aceitarem a liderança do novo líder.

Deus dá a Josué e a todo o povo as mesmas garantias que havia dado a Moisés: “assim serei contigo [e com eles] não te deixarei, nem te desampararei”.

Exatamente como te prometi A fidelidade de Deus nesta história fortalece nossa fé em suas promessas para nós através de Jesus.

Este livro está para o Primeiro Testamento como o livro de Atos está para o Segundo Testamento, que faz uma ponte ou link entre os Evangelhos e as Epístolas do Novo Testamento. Da mesma forma o Livro de Josué conecta tudo que aconteceu antes (Gênesis a Deuteronômio) com tudo que se segue, corroborando de forma preciosa a fidelidade de Deus às suas promessas. A terra que Deus havia prometido a Abraão e reafirmada a Isaque e Jacó se cumpre literalmente, após mais de quinhentos anos, através da liderança de Josué.

Ainda que a geração israelita que saiu do Egito tenha falhado, finalmente depois de longos 40 anos peregrinando no Deserto, a nova geração israelita vai tomar posse da terra de Canaã. O livro de Josué [o nome dele era Oséias (salvação) e Moisés mudou para Josué/Jesus(o Senhor é salvação) cf. Nm 13.17] nos ofereces a narrativa da entrada dos israelitas em Canaã, com suas vitórias e derrotas. Na bíblia não há super-heróis, mas homens e mulheres que estão dispostos a obedecerem a Deus, ainda que em muitas ocasiões esbarrem em suas próprias limitações e fragilidades, mas como o apóstolo Paulo declara: Deus manifesta seu poder em nossas debilidades.

O livro inicia onde o anterior encerra – a morte de Moisés. Aqui temos dois motivos: indica tanto o momento da história a partir do qual o livro começa quanto demarca o inicio da nova liderança por meio de Josué. E que com a morte de Moisés [Por causa da anterior desobediência de Moisés, Deus disse que Moisés não seria permitido nem mesmo entrar na terra de Canaã (Nm 20.12; 27.13-14; Dt 1.37; 3.26-27; 32.52; 34.4)] Deus conclui seu

Síntese do Livro

O título deste livro deriva do personagem principal – Josué – que fora ungido pelo próprio Moises como sucessor na liderança dos israelitas.  

Agora (melhor tradução - E aconteceu após a morte de Moisés,)”, em vez disso, “e” a partícula conectiva usual, que indica que algo aconteceu antes, do qual é a continuação colocando este livro em conexão imediata com o anterior - Deuteronômio. Os livros antecedentes e os livros subsequentes começam igualmente com a mesma partícula “e”.

Mas, apesar de sua  ligação umbilical com os livros anteriores ele possui características peculiares que o torna distinto das narrativas que o antecede. Por isso transformar o Pentateuco em um Hexateuco não é a melhor prática hermenêutica. 

Em geral, todo o relato da conquista é apenas uma demonstração da fidelidade de Deus aos termos estabelecidos na Aliança.

As nossas traduções optam por não iniciar com a conjunção “e”, de maneira que se perde o vínculo direto entre o Deuteronômio e a narrativa de Josué [E aconteceu após a morte de Moisés].

 Essa opção  oculta o objetivo de afastar esse escrito, e os demais em sequencia,  o máximo possível do Pentateuco, para esvazia-lo de sua força e pujança e trata-lo como se fosse uma criação fictícia muito posterior. Só temos a lamentar tal atitude por parte daqueles que deveriam zelar pela fidelidade textual da Bíblia. 

Moisés morreu no dia 1º do 12º mês, Adar, e assim que esse mês de luto terminou e os espias voltaram no dia 4 de Nisan, Deus ordenou que o povo se preparasse para sua partida.

De forma simples o livro pode ser dividido em duas grandes partes:

o relato da conquista (capítulos 1 a 12) e o da distribuição das porções de cada tribo (capítulos 13 a 24).

O livro conclui com a renovação da Aliança (capítulo 24), que se constitui no fio condutor desde  Abraão (Gênesis) e que alcançará seu ápice no Calvário onde Jesus estabelecerá a Nova Aliança.

julgamento sobre a geração incrédula que saíram do Egito (5.4-6). Todavia, mesmo "após a morte de Moisés", Yavhew reafirma que permanecerá fiel às Suas promessas e aos termos da Aliança, ou seja, Moisés morreu, mas Yahweh não mudou Esta verdade é primeiramente revelada a Josué pelo próprio Deus (vv. 1-9) e depois comunicada por Josué a Israel através de seus líderes (vv. 10,11).

 Deus é especialista em transformar situações trágicas em grandes vitórias e a morte de Moisés é uma vírgula e não um ponto final no programa elaborado por Deus. Neste capítulo vemos como Deus trabalha sempre antecipadamente, como tão bem diz o caipira: quando nós vamos com a farinha, Deus já vem com o bolo pronto. Deus nunca fica à mercê dos acontecimentos, mas ele sempre se antecipa e conduz os acontecimentos – Deus é sempre o protagonista da História e Moisés, Josué, eu e você somos apenas e tão somente coadjuvantes e isso por si só já é um privilégio incomparável.

Com a morte de Moisés, o Senhor agora fala diretamente com Josué [Esta fórmula 'o Senhor falou', se repete nos primeiros livros da Bíblia, corresponde à fórmula mais direta dos profetas, 'Assim diz o Senhor']. Josué havia sido preparado para a liderança por mais de quarenta anos (o que significa que ele está próximo dos oitenta anos); ele caminhou humildemente junto com Moisés e aprendeu o máximo possível [cf. Êxodo 17.8-16; 32.17; 33.1; Números 13.9; 14:38] e não há qualquer indicação de que ele aspirasse a este lugar de honra, mas no tempo e por escolha  de Deus ele foi alçado a esta posição de liderança do povo [Números 27.18-23].

E assim como fizera com Moisés o Senhor lhe deu instruções claras e simples para cruzar o Jordão, e todo o Israel com ele, para tomarem posse da terra que Deus lhes prometera (v. 2). Deveriam fazer isso com determinação e firmeza, passo a passo até que toda a terra de Canaã fosse conquistada (v. 3). O peculiar aqui é que a frase “passe o Jordão” é encontrada apenas nos lábios de Yahweh (Dt 3.27; 312). Não é a melhor

época, pois é o período de cheia (3.15) e o rio se alargava muito e as correntezas eram muito fortes.

Não lhe é dado como e nem que meios deve utilizar para levar todo o povo ao outro lado em segurança; ele tem a ordem de Deus para fazê-lo, e a promessa de que estará com ele, e isso deve ser suficiente; para Josué cabia obedecer, o restante era por conta de Deus [o salmista faz o link direto entre duas travessias “O que te afligiu, ó mar, que fugiste? tu, Jordão, que foste rechaçado?”].

O propósito de Deus, como veremos, era demonstrar a Josué e à nova geração o Seu poder, como fizera na saída do Egito. Igualmente devemos viver dia-a-dia na presença de Deus, atravessando nossos rios, ainda que tenham correntezas fortíssimas, tomando posse das bênçãos de Deus, até que adentremos em definitivo na nossa Canaã nos “lugares celestiais”. A nós cabe crer, o restante é por conta de Deus.

As fronteiras descritas no verso 4 são mais extensas do que Israel jamais possuiu, seja por comodismo ou falta de fé (obediência) eles não tomaram posse de toda a terra de Canaã e quem chegou mais perto disso foi Davi e Salomão, mas mesmos esses não alcançaram as fronteiras de toda a promessa divina – “toda a terra dos hititas”, aqui tomada no seu sentido mais lato abarcando todos os povos canaanitas [Js 1.4; cf. Gn 15.18; Êx 23.31]. Isso lhes trará sempre muitas dificuldades e transtornos. Todas as vezes que negligenciamos e não levamos a sério a Palavra de Deus, também sofremos as consequências da nossa própria negligência e desobediência.

Certamente Josué tinha plena consciência do desafio que tinha pela frente. Mais do que qualquer outro ele havia presenciado as dificuldades enormes que Moisés tivera que enfrentar fosse os inimigos externos, como ainda mais difíceis os inimigos internos – a rebeldia e desobediência constante das lideranças tribais. Por esta razão, para tranquilizar o seu coração e fortalecer a sua fé o próprio Deus lhe fala: “como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei...Tão somente seja forte e mui corajoso” (vs. 1.5,6,7). Isso era tudo que Josué precisava ouvir e certamente foi essa certeza que lhe renovava as forças e a fé para continuar firme na realização desta grande obra. Uma das últimas palavras de Jesus para seus discípulos e para cada um de nós hoje foi: “Eis que estou com vocês a cada dia até o final”. O que mais precisamos ouvir para fazer sossegar nossa alma no meio das tribulações da vida; o que mais precisamos ouvir para empreendermos sem desânimo a maior e mais extraordinário obra da pregação do Evangelho a todas as pessoas, nações, povos e raças.

Josué havia recebido um legado precioso e indispensável para sua vida: “tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei [refere-se aos cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio] que meu servo Moisés te ordenou e dela não te desvies ... não cesses de falar (ensinar, comunicar) deste livro da lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer (obedecer) tudo quanto nele está escrito” (1.7,8). Ninguém antes de Josué recebeu ordens para regular sua conduta pelas palavras de um livro escrito, mas a partir daqui não somente ele, mas todos os seus sucessores devem ouvir e obedecer às ordens deste livro da Lei [o equivalente em Apocalipse: “quem tem ouvidos ouça as palavras desta profecia”]. A obediência cuidadosa à lei de Deus seria seu caminho para o sucesso, mas a desobediência à sua ruína. Certamente Paulo estava pensando nessas palavras de Deus a Josué quando escreve ao seu jovem sucessor no trabalho pastoral Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). A vitória e o sucesso de Josué [Timóteo, eu e você] é decorrente direto de sua obediência a toda Palavra de Deus e continua sendo o único caminho para podermos vencer e sermos bem sucedidos na realização do propósito de Deus na nossa vida. O que a Bíblia significa para você e para mim definira o resultado final das nossas histórias. O crente sábio é maduro é aquele em que seu prazer está na torá de Yahweh, e em sua torá ele medita dia e noite Sl 1.2. Tudo depende do quanto amamos e estamos dispostos a obedecer a Palavra de Deus.

Preparem-se” (vs. 10-11). Todos tinham que se preparar para a Conquista – não apenas Josué e os líderes. A luta não seria breve de maneira que deveriam fazer toda a provisão possível. Josué deu-lhes três dias para fazer o que deve ter sido seus preparativos finais.

Lembrem-se” (vs. 12-15). Todos deveriam participar das batalhas. No livro de Números, os israelitas haviam conquistado os povos a leste do rio Jordão. As tribos de Rubem e Gad e metade da tribo de Manassés pediram para habitarem ali e Moises lhes consentiu, com o compromisso de que quando as demais tribos fossem conquistar o restante do território cananeu eles iriam somar forças juntamente com eles. Chegou a hora de cumprirem a palavra empenhada.

Há força na unidade (versos 16-18). As lideranças tribais, representadas aqui nestas tribos transjordanianas assumiram o compromisso de marcharem sob a liderança de Josué e conquistarem a terra que Deus lhes havia prometido – “[Tudo o que você [Josué] disser, nós faremos]”. É interessante notar a ênfase em 'todo o Israel' no transcorrer de toda a narrativa caps. 3-4; caps. 7-8; 10.29ss.; 22.12, 16; 23.2; 24.1. O palco está montado para a magnífica exibição da glória de Deus e seu poder e graça. Josué está disposto a assumir a liderança, e as pessoas estão dispostas a desempenhar seu papel conforme suas instruções.

Glossário

Transjordânia - é a parte Leste do Jordão; o que muitas vezes é denominada de “o lado oriental”.

Jordão [rio] – Em hebraico, Jordão significa “descendente” ou “para baixo”. Da Galileia ao Mar Morto, o rio desce 185 m em 105 km. Entre março e abril as chuvas da primavera e o derretimento da neve do Monte Hermom no norte inundam o rio, fazendo com que transborde suas margens 3.15e este parece ser o contexto nesta passagem.

Efraim (tribo de) - Efraim foi o segundo filho de José com Asenate, sua esposa egípcia, e ele nasceu durante os sete anos de fartura. No momento da bênção sobre seus filhos Jacó inclui os dois filhos de José e inverte a bênção da primogenitura dando a Efraim e não a Manasses, o mais velho. A tribo de Efraim tinha seu acampamento logo após os levitas funcionando como uma “tribo de apoio”. O representante da Tribo de Efraim entre os espias era Oséias/Josué, o filho de Nu e neto de Elisama. Eles foram elogiados por Débora e foram louvados por Débora pela sua ajuda patriótica Jz 5.14. Jeroboão, efraimita, foi o primeiro rei do Reino do Norte (Israel) depois da separação das 10 tribos.

Num (pai de) – Não há informações detalhadas sobre ele a não ser que foi filho de Elisama, portanto avô de Josué, que teve destaque na tribo de Efraim e participou de eventos importantes: foi o representante de sua tribo para fazer o levantamento do senso israelita e comandava o exército da sua tribo Nm 1.1-4, 17; 2.18; 10.22. Desta forma Josué vem de uma família militar.

Hititas [heteus] – Era uma tribo dominante naquela época a oeste da Jordânia e por isso muitas vezes representavam todos os demais povos canaanitas.

Yahweh – Este é o nome que reflete o Deus que estabeleceu a Aliança; Deus como salvador redentor! Enquanto os israelitas rompiam a Aliança com sua incredulidade e desobediência, Yahweh é fiel à sua palavra, promessa, aliança.

Servo – Josué começa como servo (sharath – verso 1) ajudante, assistente [discípulo] de Moisés, mas no final de sua vida ele é designado como "o servo [ebed] do Senhor (24.29)”, assim como fora designado Abraão, Moisés e Davi. Para ser grande no reino de Deus é preciso ser o servo de todos. No reino de Deus o caminho para cima é primeiramente o caminho para baixo.

Oseias/Josué – Em algum momento, depois da missão dos espias, Moisés mudou o nome de Oseias Nm 13.8 para Josué Nm 13.16. Há uma mudança significativa nesta alteração que vai muito além da grafia. Oséias significa “salvação” na força humana, mas Josué significa “Yavhew é Salvação”, de maneira que Deus daria a vitória sobre os canaanitas e Josué é seu instrumento. Na tradução da Septuaginta (Versão Grega) é sempre traduzido como Iesous (Jesus), desta forma Josué é um tipo e/ou sombra de Jesus que vai introduzir seu povo na Canaã celestial.

                  

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira.
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br

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