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Exegese no Evangelho Segundo João (4.24) - Contexto Remoto


 

A divergência cúltica existente entre os samaritanos e os, judeus tem sua origem na divisão do Reino de Israel.

Após a morte de Salomão, a nação foi dividida em duas partes: o reino do sul (Judá), com sua capital política-religiosa em Jerusalém; o reino do norte (Israel), com sua capital inicialmente em Siquém.

Jeroboão, reinando em Israel, tinha um sério problema, pois seus súditos continuavam tendo Jerusalém como centro cúltico. Para alcançar seus propósitos políticos, ele constituiu dois centros cúlticos, sendo um em Dã, e outro em Betel, que se localizavam nos dois extremos do reino. Não satisfeito, prolifera os altares nos altos; estabelece uma nova ordem de sacerdotes que não pertence à tribo de Levi; estabelece seu próprio calendário religioso; e finalmente, oferece sacrifícios no altar em Betel (cf. I Reis 12.25-33).

Somente no reinado de Onri a cidade de Samaria é estabelecida (1Reis 16.4), que veio a se constituir na capital do Reino do Norte e passou a ser o centro religioso dos israelitas. Posteriormente Samaria passou a ser uma referência de idolatria e promiscuidade religiosa (Is 8.4; 9.9; Jr 23.13; Ez 23.4; Os 7.1; Mq 1.16).

Após sua invasão pela Assíria (2Reis 17.3 ss.) e os israelitas levados em cativeiro, conforme a politica de conquista assíria a região da Samaria foi repovoada por vários grupos étnicos (2Reis 17.24), que trouxeram seus próprios deuses e cultos, favorecendo uma miscigenação sincretista entre estes e uma minoria remanescente de samaritanos israelitas.

No período de Neemias, os samaritanos tentam uma reaproximação com os judeus, mas não são aceitos (Neemias 13.28 ss.). Após serem rejeitados, partem para a construção de seu próprio templo no monte Gerezim, que se constitui, nas palavras de Russell Norman Champlin, na "divisão real entre os descendentes dos grupos religiosos que constituído os reinos de Israel e de Judá" (1991, p.89).

Mas no ano 128 a.C., João Hircano, um dos reis macabeus, destruiu completamente este templo. Mas, como esclarece o comentarista bíblico G. Hendriksen: "Os adoradores, não obstante, continuarem a oferecer seu culto em cima da montanha, onde havia se levantado o sagrado edifício” (1980, p. 172).            É por isso que a mulher samaritana em seu dialogo com Jesus não faz referência ao templo, mas ao monte (João 4.20).

A grande deficiência do culto samaritano é que se derivava apenas do Pentateuco, urna vez que os demais livros do Velho Testamento eram desconsiderados pelos samaritanos. Deste modo, o culto deles era totalmente destorcido, em relação ao culto verdadeiro, exigido por Deus, e que se acha amplamente revelado na totalidade das Escrituras.

É dentro deste amplo contexto histórico que se desenvolve parte do diálogo de Jesus com a Mulher samaritana, no que concerne à questão da adoração.

Estrutura do Contexto

            O pensamento central da perícope (4.19-24) é a questão da adoração. Os adoradores devem adorar ao Pai (Deus) em espírito e verdade, independentemente do local geográfico. É possível visualizarmos no gráfico abaixo:

 


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

 

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 Referências Bibliográficas

BRUCE, F. F. João – Introdução e Comentário. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova & Mundo Cristão, 1990.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado, v. 2, 2ª ed. São Paulo: Milenium, 1987.

HENDRIKSEN, Guilhermo. Juan – comentário del Nuevo Testamento. Michigan: Subcomision Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1980.

ROBERTSON, A. T. Imágenes Verbales em el Nuevo Testamento. v. 5. Barcelona: CLIE, 1990.

TAYLOR, W. C. Evangelho de João – tradução e comentário. v. 2. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1957.



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