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TESTANDO DEUS



Um dos pressupostos básicos do método científico é a experimentação.

Sobre isso, de acordo com o teórico europeu Abraham Wolf: "no método científico (mais especificamente no método experimental), uma experiência científica consiste na observação de um fenômeno sob condições que o investigador pode controlar".

Feitas essas considerações iniciais - e sem julgar sua validade - quero voltar meu olhar para o texto bíblico (explico já porque falei do método científico).

O evangelista Mateus nos conta que o diabo tentou Jesus no deserto, instigando-o a saltar do pináculo do templo; na expectativa que anjos o acolheriam (leia a narrativa toda em Mt 4:1-11).

Ao que Jesus prontamente respondeu: "não tentem o Senhor seu Deus" (v. 7).

O detalhe é que, em sua resposta, Jesus foi buscar uma citação lá na Torah bíblica: "não ponham à prova o Senhor, o seu Deus" (Dt 6:16).

Assim, enquanto o testador levantava dúvidas sobre as credenciais divinas do Filho, fazendo citações bíblicas maliciosamente enviesadas, este o respondia usando a Palavra em seu sentido pleno. 

Contra o uso maldoso de uma exegese tendenciosa, só a correta aplicação das Escrituras!

E aqui eu volto ao ponto da metodologia científica e, repito, não a estou menosprezando.  Pelo contrário: eu a estou colocando em seu devido e valoroso lugar: no laboratório.

Explico: os termos que tanto o autor antigo usou (em Hebraico) como o evangelista citou (em Grego) indicam a mesma ação: colocar Deus a prova. O problema maior não é duvidar expressamente de Deus (isso já seria terrível!).  A questão é que a sugestão diabólica equivaleria em colocar Deus num laboratório de testes e controlá-lo por meio de experimentos para conseguir extrair dele verdades e conhecimentos.

Ora, Deus não pode ser controlado, nem levado a laboratório – isso iria contrariar a sua essência.  Aqui a lógica é quase cartesiana: se é Deus não pode ser submetido a testes. E se é submetido a testes não é Deus.  Os dois conceitos se excluem mutuamente.

Então, a pegadinha do diabo faria Jesus negar sua divindade, qualquer que fosse o resultado do teste de laboratório.

Certamente a ciência – e seu método – tem seu valor em nos enriquecer de novos conhecimentos testados, às vezes refutados, experimentados e demonstrados.

Não me estranhe: eu creio que ciência é bênção – deve ser.

Mas o meu Deus, o Altíssimo, o Encarnado em Jesus de Nazaré, esse está - e sempre e essencialmente estará – além dos rigores e métodos da investigação científica.

Ele graciosamente se revela, dando-se a conhecer.  E mesmo que até se perscrute suas pegadas e indícios em um laboratório, nunca vou me relacionar com ele da maneira como o faço no meu quarto fechado (sugiro experimentar Mt 6:6).

O que passar disso é sugestão diabólica.

E que Jesus se revele para mim em sua graça divina, dando-me a conhecer os seus mistérios, que é Cristo em nós, esperança da glória (estou parafraseando Paulo em Cl 1:27).



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