Jesus Cristo é a pessoa central de nossa crença e de todo o nosso sistema de doutrinas. Em torno dele está estabelecido tudo o que conhecemos e afirmamos como CRISTIANISMO.
Mas, nos primeiros séculos de sua história, o Cristianismo precisou enfrentar algumas ideias e conceitos errados – heresias – que se formaram sobre Jesus Cristo. Então foi preciso lutar e rechaçar essas teorias para que a doutrina de Cristo se firmasse.
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Veja no quadro e relação a seguir algumas heresias cristológicas presentes no primeiro século e a resposta que foi dada a elas:
§ EBIONISMO – Heresia de origem judaica surgida no segundo século cristão. Seu nome deriva do hebraico 'ebion' que significa "pobre". Ficou assim conhecido por que eles empobreciam a pessoa de Jesus, negando a sua divindade. O Credo Apostólico aceito pela Igreja afirma categoricamente que Jesus Cristo é o próprio Deus encarnado – a segunda pessoa da Trindade (considere Cl 2:9).
§ DOCETISMO – Heresia que surgiu entre gregos no primeiro século e floresceu nos séculos II e III. Seu nome deriva do verbo grego 'dokeo'– "parecer". Criam na divindade de Cristo, mas negavam o corpo físico de Jesus – ele teria apenas uma aparência humana (algo como uma ilusão ou holograma). Qualquer doutrina ou teoria que menospreze a humanidade completa do Jesus histórico e sua vivência naquele contexto invalida a doutrina cristã e torna irrelevante seu sacrifício salvífico. João foi claro e objetivo na afirmação da origem dessa heresia é o anticristo (1Jo 4:2-3 / 2Jo 7 – também 1Tm 2:5).
§ ARIANISMO – Heresia antitrinitária pregada pelo presbítero egípcio Ário (250-336). Ele pregava que Jesus seria uma espécie de semideus – um deus subalterno ao único Deus eterno e verdadeiro. Ou seja, um ser intermediário entre divindade e humanidade, menor que Deus e maior que homem (nem uma coisa nem outra). A doutrina cristã afirmada em seus credos afirma ser Jesus Cristo completamente divino e completamente humano (leia o prólogo do Evangelho de João – Jo 1:1-14).
§ APOLINARIANISMO– Heresia proposta por Apolinário de Laodiceia (310-390). Ele afirmava que Jesus tinha um corpo puramente humano e uma mente exclusivamente divina (o 'logos' ocupou o lugar do 'pneuma'), ou seja, uma espécie de substituição de aspectos humanos por essências divinas no Jesus histórico. O Concílio de Constantinopla (em 381) tratou do tema e o considerou herético por mutilar o homem Jesus (atente para Hb 2:14-17). § NESTORIANISMO– Heresia pregada pelo patriarca de Constantinopla Nestorius (428–451). Ele ensinava que a união das duas naturezas de Jesus Cristo era apenas moral e não orgânica. Essa ideia levou a uma interpretação de que o Jesus-Deus eterno "adotou" o Jesus-homem nascido de Maria. Nestorius foi condenado por diversos pais da Igreja e finalmente declarado herege e removido de seu patriarcado pelo Concílio de Éfeso em 431 (vá a Jo 17:22 e Hb 1:23). § EUTIQUIANISMO– Heresia monofisita defendida por Êutico, que era monge em Alexandria no século quarto. Ele pregava que com a encarnação não haveria mais duas naturezas distintas, mas que a essência divina se fundiu com a essência humana de Jesus Cristo gerando uma tertium quid– uma terceira natureza: nem mais humana e nem mais divina. Essa heresia foi condenada pelo Concílio de Calcedônia, em 451. A doutrina cristã afirma que Jesus era humano e é divino – os dois (leia Gl 4:4).