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Pelo mundo, em Madri: a primeira lição

Terraza do Circulo Bellas Artes, em Madrid :) 


Logo que eu recebi a notícia de que passaria um ano em Madri, pensei em dedicar uma seção do blog às minhas experiências de intercâmbio. Mas, curiosamente, nunca conseguia escrever o primeiro texto sobre isso.

Pensei em fazê-lo antes de pegar o avião, mas achei que teria pouco a dizer. Pensei em escrever na minha primeira semana, mas tive a mesma sensação. Os dias foram passando e por mais que eu tivesse dezenas de coisas para falar, eu ainda não me sentia preparada para isso. É como se eu dissesse a mim mesma "você não está nem há um mês fora de casa, ainda não sabe de verdade o que é isso".

Amanhã, completo um mês em Madri. E resolvi escrever porque percebi que sim, eu sei o que é isso. 

A primeira coisa que todo mundo devia saber sobre um intercâmbio: o mais difícil não é se virar sozinha e nem falar e ouvir outra língua o dia inteiro (embora esse último possa ser bem desesperador às vezes). O mais difícil de viver um tempo fora do país é entender que a partir do momento que o avião pousa na pista, aquela se torna a sua realidade.

A cidade desconhecida é a sua nova cidade, a casa  em que você nunca tinha estado é a seu novo lar, as pessoas que você mal conhece são seus novos amigos. E lide com isso. Lide com isso e tente não ficar vinte e quatro horas do seu dia querendo saber da cidade, da casa, da família e dos amigos antigos que ficaram do outro lado do oceano.

Você não vai conseguir acompanhar a viagem divertida que seus amigos estão fazendo, não vai poder fazer nada quando sua mãe estiver doente, não vai controlar se o cara que você gosta vai ou não se apaixonar por outra. Bem-vindo ao intercâmbio.

Eu, sinceramente, ainda não passei dessa fase. Ainda levo bronca dos meus novos amigos porque passo tempo demais no meu celular "echando de menos" (sentindo falta, em espanhol) quem deixei no Brasil. Mas dia após dia vou me dando conta de que essa é minha nova vida e de que cultivar as relações antigas é tão importante quanto me esforçar para cultivar as novas.

Eu sempre soube que me ver e me sentir sozinha seria a parte mais difícil dessa viagem. A mais desafiadora. E também a mais necessária. Além da incrível oportunidade de me realizar profissionalmente, passar 12 meses fora do Brasil é uma experiência e uma busca pessoal.

Ninguém disse que seria fácil. Mas todo mundo disse que seria mesmo incrível. E incrível, apesar dos pesares, está sendo mesmo. 



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