Durante o mês de setembro, temos várias campanhas nacionais, entre elas a campanha pela doação de órgãos, o "Setembro Verde". E, por ocasião da abertura dessa campanha, tive a oportunidade de conhecer uma história de luta e superação que venho hoje compartilhar.
Apresento a história da mineira Maria Eduarda, nossa querida Duda, de apenas 15 anos, moradora da Região do Barreiro, em Belo Horizonte (MG).
Duda nasceu prematura de 6 meses, com a parte urinária sem se formar completamente e com uma obstrução no canal do ureter direito. Sua situação era grave e os prognósticos médicos eram de que ela não sobreviveria. Entubada, foi levada para o bloco cirúrgico e submetida a uma vesicostomia. A vesicostomia é uma abertura cirúrgica com o objetivo de criar um canal alternativo para a drenagem da urina.
Duda sobreviveu 2 meses no Centro de Tratamento Intensivo - CTI. Foi submetida a 18 cirurgias na parte urinária e ficou com seu único rim funcionando apenas 30%. Em sua última cirurgia para ampliação da bexiga, o funcionamento de seu rim caiu para 14%. A partir daí, passou a ter insuficiência respiratória e mais uma internação grave de 20 dias no CTI.
E o tempo passou nessa luta, entre sessões de hemodiálise, implantação de 6 cateteres e a situação agravando-se a cada dia.
Em 18/11/2020, Duda tornou-se transplantada renal após aguardar na lista de transplantes. Uma família de Ipatinga, que perdeu a filha de 13 anos, doou os órgãos da garota e o rim foi encaminhado para Duda. Dessa época em diante, uma nova vida abriu-se para ela! Tornou-se membra da Liga de Atletas Transplantados do Brasil - Liga TX e, neste mês de setembro, participará da olimpíada de natação para transplantados, na cidade de São Paulo (SP). Em função de sua prematuridade e de sua árdua luta com seu sistema urinário, Duda ficou com seu coração um pouco comprometido e por isso realiza visitas ao cardiologista de seis em seis meses. Ontem (5), compareceu à sua mais recente consulta e seu médico disse que está tudo ótimo!!
A doação de órgãos salvou sua vida! Por isso, é muito importante que haja maior conscientização da sociedade em relação à doação de órgãos.
A legislação brasileira exige autorização da família para que os órgãos da pessoa falecida sejam doados. Assim, não tem validade nenhuma autorização em vida, nem mesmo aquelas que, há alguns anos, eram expressas nas carteiras de identidade. Autorizações em vida podem ser úteis apenas para reforçar à família o desejo da pessoa enquanto viva, mas, perante a lei e após o falecimento, apenas a autorização da família será exigida.
Fale sobre isso com sua família, expresse seu desejo, compartilhe essa campanha com seus amigos e ajude a divulgar informações e relatos como o de Duda, uma garota de 15 anos que, em função de um ato de amor, tornou-se uma atleta e hoje cultiva intensa alegria e profunda gratidão por estar viva, ativa e cheia de sonhos por viver.
Texto: Luciana G. Rugani
Fonte das informações: Instagram Valeska Porto
This post first appeared on CANTINHO DAS IDEIAS (Carpe Diem Luciana), please read the originial post: here
