Hoje um dia muito triste pra todos nós, com o falecimento do prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio Novellino.
Nosso querido Zé lutou bravamente contra o câncer e trabalhou com afinco até o último momento, sem deixar de realizar o seu melhor na administração do Município. A doença não o impediu de trabalhar e de governar com a seriedade e responsabilidade exigidas pelo cargo. Não o impediu de reorganizar as finanças da cidade que, quando assumiu, estavam quebradas. Cabo Frio estava impedida de receber os repasses financeiros legais em razão das dívidas há anos acumuladas. Empréstimos que os servidores solicitavam, via desconto em folha, não tinham as prestações repassadas aos bancos, por anos a fio, fazendo com que muitos servidores ficassem com nome sujo na praça, sem ter como pagar as dívidas bancárias. A contribuição previdenciária dos servidores não eram repassadas para o instituto de previdência, gerando uma dívida astronômica por mais de 20 anos! E fora as dívidas com luz, água, etc... que também não eram pagas. A administração de José Bonifácio conseguiu regularizar toda a situação, fazendo com que o Município obtivesse, em outubro passado, a nota “A” na avaliação chamada Capacidade de Pagamento - Capag, do governo federal. Um selo de bom pagador. Seu governo reorganizou financeiramente Cabo Frio, o que também colaborou com a chegada de várias empresas e serviços, como o Serviço Social do Comércio - SESC, supermercados e grandes lojas como Pernambucanas, Marisa, etc. E, ponto importante a destacar na personalidade de Zé, reorganizou tudo sem apontar o dedo para quem quer que fosse das administrações passadas. Essa era uma característica pessoal e única dele, até mesmo nas entrevistas que dava. Evitava comentar os governos passados, ainda que fossem de adversários políticos.
Daqui a dois dias fará quatro anos que eu e Hairon conhecemos o Zé pessoalmente, em um programa do Sidnei Marinho, na Litoral News. De lá pra cá, a conjuntura política que tomou conta do país acabou revelando a verdade dos caminhos políticos, e isso possibilitou com que fossemos abençoados com a oportunidade de conhecer um pouco mais o político e o ser humano Zé.
Politicamente, hoje posso dizer, com certeza, que seu legado é para poucos. Zé foi um político diferenciado e avançado para a cidade. Sua postura ética nos ensinou muito a perceber as entrelinhas políticas, sua resiliência e capacidade de seguir em frente, sempre com verdadeira humildade, sem deixar o ego vaidoso dos cargos subir à cabeça.
Um legado político não se transmite por via consanguínea ou de parentesco. Um legado político ético, a honestidade para lidar com a coisa pública, tudo isso pode ser herdado por todos que estiverem dispostos a ter a memória do proceder de Zé como inspiração, portanto é um legado público capaz de fazer germinar muitos outros líderes.
E, como ser humano, tive provas de sua grandeza. Pude testemunhar pessoas que ele mal conhecia mas que, ainda assim, não deixou de ajudar por puro senso de justiça e de humanidade.
Não tivemos tempo para cultivar uma maior convivência presencial, mas, todas as vezes em que nos contatamos, sempre recebemos dele toda a atenção e carinho, e também compreensão e entendimento. Tenho certeza de que, onde ele está, ele está sendo recebido com Muita Luz e festa, por ter realizado com nobreza de alma a sua missão.
Zé fará muita falta para a cidade. Mas seu nome está escrito na história do Município como o mais forte guerreiro do bem e da ética, sem nunca ter perdido a alegria de viver e a gratidão à Vida, mesmo nos momentos mais graves que viveu. Esse é o maior aprendizado que ele nos deixou.
Zé, muita luz pra você onde você esteja nesse momento. Receba nosso profundo carinho e admiração eternos!
Luciana G. Rugani
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