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O que me faz ser monarquista?


Não há mais dúvidas históricas que apesar dos problemas que a Monarquia enfrentava ao fim do século XIX, dificilmente as forças republicanas teriam força para por fim ao regime monárquico. A república no Brasil é um acidente, um acidente que custou e custa muito caro ao nosso país. Graças ao atabalhoado golpe liderado por um marechal do exército que só queria retirar Ouro Preto do Ministério o Brasil foi entregue às oligarquias regionais e desde então não sabe o que é ter um estadista no poder.


Às vezes, me recordo de uma conversa que tive com um professor que admiro muito, lembro como ele ficou surpreso ao descobrir que mesmo sendo monarquista não defendo que esta seja aplicada em todos os países. Não vejo sentido algum ver os EUA com uma monarquia, pois a cultura e a tradição norte americana sempre foi republicana e portanto defendo que o Brasil deva voltar a ser uma Monarquia, afinal, esta é a nossa cultura e tradição política. A surpresa de meu professor me fez refletir e pensar que muitas pessoas poderiam ter a mesma dúvida e então resolvi escrever a respeito, sobre os motivos que me levaram a acreditar que a restauração da coroa brasileira é o melhor para nosso país.

Eu compreendi a surpresa de meu professor, afinal, geralmente as pessoas que defendem alguma posição política, o fazem por acreditar que aquele modelo é o melhor para todos, que seus ideais seriam o absoluto político para todos, assim é com os comunistas, com os anarquistas e com todos os demais “istas”. Mas o que me move a acreditar que a monarquia seria o melhor para nosso Brasil está muito longe do fato de acreditar que a monarquia é a melhor forma de governo existente. O que me leva a acreditar que a monarquia deva ser restaurada não é o fato de acreditar ser este ou aquele o melhor modelo, mas uma coleção de motivos que descrevo a seguir:

A nossa república é uma farsa que nasce de interesses escusos

O reinado de Pedro II havia acabado com a instabilidade política do período da regência e trazido ao país um longo tempo de estabilidade e progresso. Com Pedro II nosso país conheceu um grande avanço. É fato que este avanço não chegava em todas as cidades brasileiras, assim como não chegava nas cidades inglesas, mas com ele começamos a ter saneamento básico, linhas de ferro para trem, telégrafo, telefone e outros avanços.

Além de trazer para o Brasil parte dos avanços tecnológicos que surgiam nos EUA e Europa, foi por meio da família real brasileira que a maior injustiça do Brasil começa a ser corrigida, a escravidão. É inegável a participação ativa da realeza brasileira na abolição, inclusive sendo um dos motivos para sua queda. Uma boa parte dos republicanos eram contrários a abolição por motivos óbvios. A maior força dos republicanos estava nos cafeicultores paulistas e estes não estavam dispostos a abrir mão de sua principal força de trabalho, e o tema da escravidão era tão delicado para os republicanos que no manifesto republicano de 1870 a escravidão nem é citada no documento.

Militares e fazendeiros então se unem para retirar do poder a Monarquia. Travestidos de ideias, republicanos eles escorraçam a família Imperial do país apenas para defender seus Interesses e sem o menor apoio popular que assistia aquilo tudo “bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”,  como relata Aristides Lobo em artigo publicado no jornal “Diário Popular” no dia da proclamação da república no Rio de Janeiro. Portanto, é fácil ver que nem de longe a república nasce no Brasil do anseio popular como ocorreu nas repúblicas que hoje vemos como exemplos.

 A república nos deixou órfãos de estadistas

Um estadista é aquele político que mantém os interesses da nação acima dos interesses partidários e dos próprios. Ao estadista cabe adequar os interesses do governo aos interesses da nação, o estadista por excelência jamais permitirá que os interesses do governo se sobressaia aos interesses da nação.
Sobre este tema uso o relato de um dos nossos mais ilustres republicanos, Rui Barbosa, que segundo alguns historiadores teria se arrependido profundamente do golpe republicano. Nesta sua fase de desolação com a república Rui Barbosa deixa uma de suas mais marcantes declarações políticas de seu período, e uma constatação histórica:

"O Parlamento do Império era uma escola de estadistas, o Congresso da República transformou-se em uma praça de negócios."(Rui Barbosa)

Rui Barbosa sintetiza o espírito que passou a vigorar no Brasil republicano. Não haviam mais estadistas, havia apenas governantes. Governantes que só estavam interessados em seus próprios interesses, e não visando transformar nosso país em uma grande nação.

Pedro II foi o maior estadista de nosso país. São inúmeros os exemplos onde ele coloca os interesses da nação à frente de seus próprios interesses e dos interesses da elite brasileira de então. Na república vigora os interesses pessoais e partidário independente do que seja o melhor para o país.

Por amar este país é que sou Monarquista

Pode parecer um clichê o título acima, mas não é. Na verdade sintetiza bem o sentimento daqueles que defenderam a Monarquia quando o golpe republicano foi dado e o espírito dos que assim como eu desejam ver novamente o Brasil como um Império.

Não gastarei muitas palavras neste assunto. Sobre isso deixo a declaração do cientista político Christian Edward Cyril Lynch, sobre o que fazia Joaquim Nabuco a defender a Monarquia. Esta declaração foi extraída do documentário da TV Senado Nabuco.doc e pode ser assistido clicando aqui. O documentário conta a história de uma das maiores figuras do Brasil, Joaquim Nabuco. Grande político e defensor incontestável da abolição da escravidão, Nabuco é uma figura que exemplifica bem o que disse Rui Barbosa na frase supracitada neste texto.

Christian Edward ao falar sobre o que levava Nabuco a defender a Monarquia, mostra bem o espírito que possuía, muito diferente do egoísmo retratado por Rui Barbosa e outros republicanos que viram o a república havia feito com o Brasil. Diz Christian Edward sobre o que levava Nabuco a ser monarquista:
“Justamente porque ele tinha este sentimento republicano, cívico, sentimento de coisa pública, contra o egoísmo, contra o patrimonialismo, contra o privatismo, é que ele era monarquista. Porque ele achava que a construção de uma sociedade republicana no Brasil, ao menos até onde ele podia ver, era mais fácil debaixo daquela forma monárquica do que na forma republicana que se avizinhava, como militarista, como ditatorial ou como oligárquica. E foi a solução oligárquica que acabou se consolidando, acabou se confirmando até 1930. A monarquia tinha muito mais uma perspectiva de plataforma de um estado de direito e se democratizar na frente, e ser um regime de respeito à coisa pública, do que a república que havia se instalado ali.” (Christian Edward Cyril Lynch)
Acredito não ser necessários maiores explicações após ler estas palavras ditas por Christian Edward. Basta conhecer a história republicana brasileira para ver que os temores de Nabuco não só se confirmaram, como se agravaram com o tempo, com os sucessivos golpes e ditaduras que assolaram nosso país e levaram nosso país ao atraso. E após 126 anos de república, o país ainda não experimentou um tempo tão longo e tranqüilo politicamente quanto o segundo reinado de Pedro II que durou 49 anos.

É preciso recordar que o projeto republicano não nasceu com o intuito de transformar o Brasil em uma grande nação, mas nasce dos interesses oligárquicos e de uma utopia republicana montada a partir de um Frankestein entre os Estados Unidos e a República Francesa. Os verdadeiros democratas, aqueles que defendiam um pais respeitado e e digno foram execratos juntos com a família Imperial.


A república fez um esforço imenso para apagar da história quem de fato defendia o melhor projeto de nação para este povo e esta história precisa ser contada. É inaceitável que após mais de 120 anos de uma república fracassada os brasileiros não conheçam verdadeiramente nosso período imperial. É inaceitável ver os brasileiros tratando o Império a partir de uma imagem falsa e falaciosa criada apenas com o intuito de sujar e apagar a história Imperial. E isso não pode ser tolerado. 

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