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Congresso fervendo: de repente, uma chocadeira de CPIs


Do JORNAL O PODER - José Nivaldo Junior
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Nada acontece por acaso. Principalmente envolvendo os viveiros de cobras criadas que ocupam os vistosos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília. A concepção arquitetônica do genial Oscar Niemeyer é perfeita. Quem vislumbra a esplanada, enxerga a sede do Congresso Nacional imponente e, ao mesmo tempo, ponte. Com os cubos invertidos se prolongando em braços. Como se estivessem estendendo uma mão ao Executivo, outra ao Judiciário. Augusto dos Anjos, também gênio da raça, prontificou em estrofe tão cruel como verdadeira: "A mão que afaga é a mesma que apedreja". Pelo menos por enquanto, a Câmara e o Senado mais afagam. Como diz uma terceira genialidade citada em um só paragrafo, Clarice Lispector:"O que me atormenta é que tudo é 'por enquanto' nada é 'sempre'.

DE REPENTE

Não mais que de Repente, os fatos ligados ao badernaço de 8 de janeiro fugiram do controle do governo, como O PODER vem acompanhando e entregando aos leitores análises diferenciadas. Sem nos submetermos nem a grupos ideológicos muito menos às narrativas e ao vocabulário distorcido da quase totalidade da mídia formal e mesmo de blogueiros sinceros, competentes mas, digamos, equivocados. De repente após de repente, a incubadora de Comissões Parlamentares de Inquérito pariu logo quatro de uma vez.

A MAIS VISTOSA

A CPMI do badernaço de 8 de janeiro. Insistem em chamar de golpe. O PODER não usa essa palavra em textos editoriais. Comparece em artigos assinados, respeitamos as ideias dos colaboradores, por mais que discordemos eventualmente delas. Copio o próprio O PODER. Desde a Inconfidência Mineira, que nem foi golpe, foi Inconfidência. O Google esclarece: "Inconfidência significa a falta de fidelidade ou lealdade para com alguém, principalmente com o Estado ou com um representante de uma soberania".

Como na Inconfidência Mineira, nenhum arsenal foi apreendido com os baderneiros de 8 de janeiro. Nem um só tiro foi disparado. Feridos, depredações inaceitáveis, mas infelizmente comuns em manifestações radicais mundo afora, como a gente acompanha na televisão. A propósito, prédios sagrados institucionalmente nos Estados Unidos foram invadidos e depredados e lá ninguém fala em tentativa de golpe. A mídia americana tem mil defeitos mas evita o ridículo.

TERRITÓRIO DO IMAGINÁRIO

Caso a CPMI, dominada pela situação, vá por esse caminho pré-estabelecido de investigar um golpe, vai cair no território do imaginário. Só tem um jeito de não virar instrumento de A ou B e terminar em pizza calabresa: investigar com isenção os fatos. Estabelecer conexões. Apurar sem começar com a conclusão no bolso do paletó. Aqui para nós, CPMI desnecessária. Os fatos gritam, muitas excelências e a maioria da mídia ficam como dois dos três macaquinhos da caricatura famosa: não querem ouvir, muito menos ver. Agora falar, querem.

E AS DEMAIS COMISSÕES?

Fazem parte de uma manobra para dividir holofotes e atenções. A do MST, bom, desnecessária. Carrega um certo risco de trazer problemas ou no mínimo desconforto ao Governo e ao PT. As outras duas são ridículas mesmo. A da mega fraude das lojas Americanas vai encalacrar ainda mais Lemann e seus comparsas, porém as investigações em curso dariam conta do serviço. E a da manipulação de resultados de futebol, envolvendo seis jogos, eu disse 06 jogos, de clubes absolutamente inexpressivos e que nada representam no cenário nacional, convenhamos, é patética. O Ministério Público de Goiás tem como passar a limpo sem problemas.

NOVES FORA

Estratégia de alto risco. Pode desmoralizar mais ainda o Congresso, que até vem recuperando conceito. A intenção clara, pode-se perceber, é jogar fumaça na cena, distrair, dividir o foco e, caso necessário, fazer confusão. Porém, como até o gramado do Congresso está cansado de saber, uma CPI a gente sabe como começa mas nunca tem segurança de para onde vai. Com quatro de uma vez, multiplique o risco por oito. Convenhamos, é muito gato misturado com cobra venenosa num balaio só.

UMA CERTEZA

Vai ser animado. Muito.

José Nivaldo Junior é marqueteiro, escritor e historiador. Da Academia Pernambucana de Letras. Diretor de O PODER.


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