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OPINIÃO: O feitiço de Geraldo Barbosa era a bondade

Foto: Divulgação/Reprodução
Do BLOG DE MAGNO MARTINS

Surubim, a pátria-mãe de Chacrinha e Capiba, imortais pela arte da comunicação e a de emocionar o povo pela música, está de luto. Morreu Geraldo Barbosa, 85 anos, ex-presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, um homem de poucas palavras, avesso ao discurso fácil e demagógico. De ação, gestos largos em favor da sua terra e da sua gente. Convivi com ele e posso afirmar, sem exagero, que era daqueles que tinham a exata noção da melhor política para chegar aos mais necessitados.

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Que a política que não se faz com discursos, festas populares e canções. Geraldo fez a política que se faz com sangue e ferro, com grandeza de espírito humano. A política dos dias atuais, de Lava Jato, se faz na perversidade, na imoralidade, na roubalheira. O filho abençoado de Surubim, que nunca dependeu da política para sobreviver, tendo a vida inteira tirado o seu sustento da pecuária, tinha entre as suas maiores virtudes, além da paixão pela terra natal, a bondade.

Uma bondade sem cores, credos ou raças. Para ele, todas as pessoas eram iguais. Até porque sua filosofia se baseava no princípio de que para se ter um papel público não precisa ter cargo, mas ideias, capacidade de expor planos e projetos, participar, dar sua opinião. Desde 1998, quando encerrou seu último mandato parlamentar, Geraldo nunca precisou de cargos para continuar na vida pública, defendendo seu Estado, sua Surubim amada e sua gente sofrida.

O homem público que não luta e não faz do seu mandato uma revolução em favor dos seus representados não merece viver. É sabido que a missão do politico não é a de agradar a todo mundo. Ninguém é unanimidade, mas Surubim sempre reconheceu no filho ilustre a sua devoção às grandes causas. Tanto que dos seis herdeiros, três enveredaram pelos caminhos da vida pública – Murilo, ex-prefeito de Surubim, José Geraldo, vereador em Frei Miguelinho e Fábio Luis, vice-prefeito de Surubim. Isso sem falar no irmão Humberto, que também governou Surubim.

Geraldo era também um homem polido e cordial. A cortesia é o maior feitiço politico das grandes personagens. Nascido, criado e preso no visgo à sua terra natal, Geraldo conquistou respeito, admiração e uma legião de fãs pelo seu jeito, embora tímido e caladão, de usar a magia na politica. Não existem grandes conquistadores que não sejam grandes políticos. Um conquistador é um homem cuja cabeça se serve, com feliz habilidade, do braço de outrem.

São poucos os políticos, como Geraldo Barbosa, que soube fazer política sem dela tirar proveito para si. Se a política é a arte de captar em proveito próprio a paixão dos outros, certamente ele soube ser um apaixonado. O mundo precisa de homens como ele: mais verdadeiros, menos indiferentes, amantes de sua gente, que se envergonhem dos que surrupiam o dinheiro público.

Que descanse em paz!


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