Os resultados das eleições autárquicas de 2021 revelaram que o ANC conquistou aproximadamente 46% dos votos, o que representa uma queda notável em comparação com os pleitos anteriores. Segundo Gama, esta redução na base de apoio evidencia as dificuldades que o ANC enfrenta para manter a sua maioria parlamentar. Uma série de indicadores apontam para um cenário de crescente incerteza para o partido no poder.

Gama realça os recentes estudos de opinião, os quais apontam que o ANC poderá não atingir a marca dos 50% necessária para assegurar uma maioria parlamentar. Com o partido liderado por Julius Malema, o EFF, a obter cerca de 10% das intenções de voto, e a oposição a unir-se numa coligação, o ANC está sob pressão para ponderar negociações de alianças pós-eleitorais de forma a manter o controlo do governo.

Um dos aspetos cruciais analisado no programa “Noite Informativa” por Gama foi a eventualidade de uma aliança entre o ANC e o EFF. Ele sugeriu a possibilidade de o ANC poder vir a atender às exigências de Malema, concedendo-lhe pastas ministeriais de relevo, como Finanças ou Banco Central. Estas concessões, conforme salientado por Gama, podem implicar uma estratégia arriscada, tendo em conta a natureza radical das propostas de Malema, como a nacionalização do Banco de Reserva da África do Sul.

Para concluir a sua análise, Gama sublinhou a importância das próximas eleições para o futuro político da África do Sul. Advertiu que, caso o ANC não consiga manter a sua maioria parlamentar, o país poderá enfrentar um período de instabilidade política e incerteza. No entanto, ele também manifestou otimismo de que, com uma liderança política competente e comprometida, a África do Sul poderá ultrapassar estes desafios e avançar rumo a um futuro mais próspero e estável.

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