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Moçambique: “Não vai lhes cair bem desta vez”, alerta Venâncio Mondlane

Venâncio Mondlane, candidato da RENAMO na cidade de Maputo, rejeita vitória da FRELIMO e diz ter provas de que foi o grande vencedor. Mondlane acusa ainda os órgãos eleitorais de divulgarem resultados "fabricados".

Em Maputo, a RENAMO, maior partido da oposição em Moçambique, chegou mesmo a cantar a vitória. O cabeça de lista do partido, Venâncio Mondlane, convocou os eleitores para celebrar a vitória nas ruas da capital moçambicana. Uma manifestação em que se ouvia palavras de ordem como "povo no poder".

Horas depois, Mondlane recebeu informações que o candidato da FRELIMO, Razaque Manhique, terá vencido a corrida eleitoral. A DW conversou com Venâncio Mondlane.

DW: O que tem a dizer sobre o anúncio da vitória da FRELIMO em Maputo?

Venâncio Mondlane (VM): Avançou com resultados provisórios totalmente falsos que a TVM começou a divulgar, que são uma verdadeira vergonha. Nós já terminámos a nossa contagem paralela, já processamos 95% das mesas de votação e temos 53% de votos. E temos editais e atas, isto é diferente do que aconteceu nas eleições passadas em que, às vezes, tínhamos problemas em cobrir as mesas todas e ter comprovativos, nós temos os editais e as atas connosco.

DW: Está a dizer que o resultado do STAE não condiz com o que têm?

VM: Sim! É tudo uma vergonha, porque os editais e atas que temos foram dados pelo próprio STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral] no dia da votação. Em princípio, os editais e atas são dados depois do apuramento provisório ou preliminar, feito na mesa de voto. Então, esses [dados] nós recebemos dos presidente das mesas. Agora, esses resultados que estão a falar são inventados, de fora das mesas. O que eles fizeram? Foram inventar resultados falsos e são esses que estão a apresentar. Foram inverter, eles pegaram na percentagem da RENAMO e atribuíram à FRELIMO.

DW: E se prevalecer este resultado, o que vai fazer?

VM: Obviamente, tendo os editais, vamos a todas as instâncias de recurso, até ao Conselho Constitucional. Mas eu digo uma coisa, não sei se o povo da cidade de Maputo vai encarar isso com alguma simpatia, eu não acredito. Os jovens estão exaustos, cansados, e penso que se vai experimentar alguma fúria dessa juventude da cidade de Maputo.

DW: E acha que as eleições foram livres, justas e transparentes?

VM: Claro que não! Não foram. Não imaginam a guerra que foi para termos as atas e editais. Passamos por situações incríveis, como a presença da FIR (Forças de Intervenção Rápida)...

DW: Como por exemplo?

VM: Nós tivemos a FIR, que esteve em vários postos a tentar meter urnas falsas. Graças a Deus nós tínhamos cobertura em todas as urnas. Tivemos uma situação de tensão dos nossos delegados de candidatura, pura e simplesmente para permitir enchimentos. E eles fizeram enchimentos, só que a diferença era tão grande, que mesmo com os enchimentos que fizeram não conseguiram debelar o diferencial. É por isso que, na verdade, os 53% é do enchimento, mas mesmo assim estamos a frente.

Passamos por situações dramáticas. Durante muito tempo, os próprios presidentes das mesas não nos queriam entregar os editais nem as atas. Tivemos de fazer uma pressão enorme, uma guerra sem quartel, a partir das 04:30 - 5 horas [da tarde] começamos a receber as atas e editais. Foi terrível, foi uma coisa muito suada essa vitória. E uma das coisas que ajudou foi ter a cidade de Maputo, onde normalmente quando as pessoas votam têm a tendência de ir para casa de seguida, mas Desta Vez os jovens estavam na rua, estavam a circular, estavam a patrulhar os postos de votação.

É por isso que desta vez não conseguiram meter urnas para serem substituídas. Os jovens ficaram a 300 metros [das assembleias de voto] e fizeram as rondas a volta das escolas e encontraram várias situações de urnas que vinham em pick-ups para entrarem nas salas de aula, e muitos desses casos foram neutralizados pela população. Foi uma vitória muito suada, não só para a RENAMO, mas também para essa juventude, para essa população da cidade de Maputo. Por isso eu digo, não Vai Lhes Cair bem, desta vez, o que eles querem fazer, eu garanto! In DW



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