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Fiel escudeiro contra anulação do seu amo - Jorge Eurico


No dia (8 de Julho) em que se completaram doze meses desde a morte do presidente Emérito do MPLA e antigo Chefe de Estado, o ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), General António José Maria (Zé Maria), foi ao Cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda, lembrar e agradecer os (bons e maus) feitos de José Eduardo dos Santos.

Nesta sua empresa, o General José Maria não foi secundado por nenhum membro do MPLA e muito menos por aqueles que - por empatia pessoal ou afinidade ideológica - o malogrado transformou naquilo que são hoje: os novos-ricos do País.

O General José Maria aproveitou, como sempre, o momento para atirar umas farpas contra João Lourenço.

Com o seu gesto, o General José Maria mostrou ser contrário às ideias segundo as quais “rei morto, rei posto” e o “padre morreu e a missa acabou”.

O “rei” (entenda-se Presidente) do General José Maria era (é) José Eduardo Dos Santos. Ele já demonstrou clara e abertamente que João Lourenço não é o seu “rei”. Para o General José Maria, a “missa” em memória de José Eduardo dos Santos ainda não acabou e sequer vai pela metade.

No cemitério do Alto das Cruzes, o General José Maria disse o que muita gente pensa - de forma sofrida e com dor d’alma - em silêncio.

Como bom seminarista que foi e fazendo analogia com o sepultamento de Jesus Cristo e o papel que os fariseus tiveram no referido processo, o General José Maria afirmou (e com razão) que o Presidente João Lourenço mantém preso o corpo do antigo Chefe de Estado, não permitindo qualquer manifestação de veneração, respeito, amizade, simpatia, gratidão e reconhecimento pela luta por ele realizada por Angola, pelos angolanos e pelos africanos.

Questionou a razão pela qual João Lourenço parece ter medo de José Eduardo dos Santos mesmo depois de morto.

Com ou sem medo, o que chama atenção é a coragem e a coerência do General José Maria. Ele não abandona José Eduardo dos Santos, mostrando ser, até ao momento, o seu único fiel escudeiro. Único porque ninguém conhece publicamente, até ao momento, outro que venere e defenda denodada e afoitamente o Presidente Emérito do MPLA e antigo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

Homens assim merecem o meu respeito pela sua coerência, lealdade e coragem.

A angolanos desta têmpera, tiro o chapéu e faço uma vênia, sobretudo pela sua coerência, no contexto de uma ditadura.

Detalhe: Todos nós, um dia, vamos morrer. Incluindo o Presidente João Lourenço. Não queremos que o seu sucessor também prenda o seu cadáver. Não queremos (mais) tiranos em Angola. Nem hoje, nem amanhã. Nem nunca!


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