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Um pontificado de 33 dias

Foto: Domínio Público

No dia 26 de agosto de 1978 foi eleito o Papa Albino Luciani que assumiu o nome de João Paulo I. Ele foi o primeiro na história da Igreja a escolher dois nomes para homenagear os papas que o precederam: Paulo VI (falecido em 6 de agosto de 1978) e João XXIII (pontificado de 28 de outubro de 1958 – junho de 1963).

O conclave durou apenas um dia e Luciani foi eleito quase por unanimidade, como ele mesmo afirmou. Uma multidão de fiéis, todos reunidos na Praça de São Pedro, esperava pela famosa fumaça branca, mas para sua grande surpresa a chaminé exibia a cor cinza escuro, um sinal de não eleição.

Na realidade, o Papa havia sido eleito e poucos minutos depois o cardeal Pericle Felici, da varanda central de São Pedro, anunciou o famoso “Habemus Papam”. Por dessa fumaça incerta, o sucessor de João Paulo I, João Paulo II introduziu o uso de duas estufas (uma para lançar a fumaça e outro para queimar as cartas dos cardeais) e o toque dos sinos para anunciar a eleição do novo Papa.

Foto: Domínio Público

O Papa Luciani foi o primeiro a não usar o pluralis maiestatis (nós) em seus discursos. Ele dirigiu aos fiéis na primeira pessoa. Lembrado como um homem simples, culto (formou-se em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma) e muito devotado, sempre se opôs ao divórcio, mas com abertura à contracepção e à maternidade responsável.

Nas quatro audiências gerais falou sobre o mandamento de honrar pai e mãe, iniciando um diálogo com o coroinha maltês Tiago: “Já adoeceu alguma vez? Nem mesmo febre? Que sorte…”. Nas outras três quartas-feiras ele se concentrou nas virtudes teológicas: fé, esperança e caridade. Que serão então as três encíclicas do Papa Ratzinger: Caritas in veritate, Spe salvi e Lumen fidei, assinada, esta última pelo Papa Francisco, mas iniciada por Bento XVI e depois entregue ao seu sucessor.

Luciani, ainda patriarca de Veneza, anda ao lado do Papa Paulo VI, com a sua estola sobre os ombros – Foto: Domínio Público

A morte 33 dias depois da eleição

Embora João Paulo I tenha sido encontrado morto pela freira Irmã Vincenza que trabalhava para ele e o acordava havia muitos anos, a versão oficial divulgada pelo Vaticano, contudo, diz que o corpo do papa teria sido encontrado pelo padre Diego Lorenzi, um de seus secretários, enunciando a morte como “possivelmente associada com infarto do miocárdio”. Para alguns, João Paulo I teria sido vítima das terríveis pressões características de seu cargo, e que não as tendo suportado, veio a perecer. A citada freira, após a morte deste, fez voto de silêncio.

Os médicos atestaram que ele havia morrido às 23h do dia anterior (28 de setembro). Na véspera de ir para a cama, queixou-se de dores no peito, conforme me disse seu secretário, D. Diego Lorenzi. Este, junto com o monsenhor John Magee , o outro secretário, se ofereceram para chamar o médico, mas o Papa ordenou que não o incomodasse: “Ligaremos para ele amanhã de manhã”, teria dito o pontífice.

Leia o post Um pontificado de 33 dias na íntegra em Jornal Cinco.



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