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“Temer queria o impeachment e lutou por ele de todas as maneiras”, diz Eduardo Cunha em livro

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

No livro ‘Tchau Querida, Diário do Impeachment’, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha revelou que o então vice-presidente Michel Temer “lutou de todas as maneiras” pela queda de Dilma Rousseff. As revelações foram publicadas pelo jornalista Gabriel Mascarenhas, na revista Veja.

“Temer não só desejava o impeachment como lutou por ele de todas as maneiras — ao contrário do que ele quer ver divulgado sobre o assunto”, escreve Cunha. “Jamais esse processo de impeachment teria sido aprovado sem que Temer negociasse cada espaço a ser dado a cada partido ou deputado que iria votar a favor da abertura dos trâmites.”

Cunha diz que recebia as demandas dos parlamentares e as levava a quem seria o dono da caneta. Temer avalizava praticamente tudo, garante, na busca por votos pela deposição de Dilma. Um dos exemplos citados foi a nomeação de Marcos Pereira, do Republicanos, para o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

Temer não quis comentar as memórias do ex-aliado, ao ser procurado pela revista Veja.

Cunha revela ainda a relação entre Temer e o empresário Joesley Batista. Na fase em que Temer, ainda vice de Dilma, estava montando o que seria seu gabinete presidencial, Cunha diz que Joesley se empenhou agudamente para alçar Henrique Meirelles ao posto de Ministro da Fazenda do novo governo — na ocasião, Meirelles era presidente do Conselho Consultivo da J&F, o grupo do empresário. A nomeação, como se sabe, aconteceu.

O ex-deputado federal afirma que, em paralelo, o empresário convenceu Temer a, antes mesmo de assumir, fazer um movimento público para acalmar o mercado. “Ele estava particularmente preocupado com as suas posições do mercado de dólar futuro. Para evitar o aumento do prejuízo, ele gostaria de uma sinalização de Temer ao mercado — de que a política cambial não iria sofrer qualquer mudança.”

Eduardo Cunha também falou sobre Aécio Neves. Derrotado por uma margem pequena de votos na eleição de 2014, o tucano também aparece na narrativa, inicialmente bastante resistente ao impeachment. Segundo Cunha, o político mineiro apostava suas fichas no processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. A ideia é que isso permitiria a realização de novas eleições, que ele imaginava vencer. Ao perceber que esse processo demoraria mais tempo do que pensava, acabou engrossando as fileiras em torno do esforço para apear a petista do Palácio do Planalto.

A relação entre Cunha e Aécio é de desconfiança mútua, segundo a obra. Exemplo disso é o trecho em que Cunha acusa o tucano de ter acesso e repassar dados secretos. Numa conversa entre os dois, Aécio teria dito ter conhecimento de que um delator da Lava-Jato havia mudado seu depoimento e incriminado Cunha. Na visão do ex-deputado, foi puro jogo de cena. O emedebista põe o vazamento da informação sigilosa na conta do procurador José Bonifácio Andrada, que seria ligado ao tucano.

À Veja, Aécio Neves disse que as declarações “são fantasias e não merecem sequer comentários”. Andrada, por sua vez, afirma nunca ter conversado com ninguém sobre o tema e que não atuou na Lava-Jato.

Leia o post “Temer queria o impeachment e lutou por ele de todas as maneiras”, diz Eduardo Cunha em livro na íntegra em Jornal Cinco.



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