A maternidade é cruel...só ela pode te colocar em algumas situações jamais vividas anteriormente....
Levei Matheus no aninversário de um amiguinho e retornei para casa, entrei na garagem, a situação era simples:sair do carro, tirar a Maria Antônia da cadeirinha e subir para o ap... Mas, como eu disse anteriormente, a maternidade é cruel...saí do carro, mas a chave ficou no contato, logo, qdo eu bati a Porta, o carro foi trancado, e a parte " tirar a Maria Antônia da cadeirinha e subir para o ap, falhou..."
Maria me dava tchau de dentro do carro, eu não me apavorei, bastava subir e pegar a chave reserva...
Procurei na bolsa a chave da porta de entrada...nada...no bolso...nada...olhei pelo vidro, lá estava ela no painel do carro...Maria parou de dar tchau e enfiou o dedo na boca me olhando como se disesse " oi, cansei de brincar de tchau, agora me tira daqui"...
Senti o pânico se aproximando como se fosse o " nada" na História sem Fim, já me imaginei quebrando o vidro do carro, arrancando a porta, chamando 190...
Encostei no carro, Maria Antônia arrancou a sandália e ficava me mostrando que estava descalça..( naquela hora, ela podia arrancar a roupa inteira, se fosse distraí-la), tentei o porta malas..abriu...
Tentei passar não consegui, mas a pequena conseguiu enfiar o dedo no meu olho...voltei prá trás, arranquei a tampa que cobre o porta malas, dei graças a Deus por toda a minha neurose com peso e consegui passar o corpo até o banco, rezando para não chegar ninguém pq eu estava de vestido...
Caí no banco do passageiro, com a delicadeza de uma jaca madura caindo do pé e espatifando no chão..tomei uma dedada no outro olho ( Maria está na fase de mostrar as partes do corpo e essa semana encanou com os olhos, os meus olhos)...pulei para o banco da frente, peguei a chave...tirei a pequena da cadeirinha e antes que ela tentasse disse " não coloque a mão no meu olho!!"
Ela não se fez de rogada, olhou bem para minha cara, enfiou o dedo no meu nariz e disse " ôio não", "naiz da mamãe"...
Boa noite...