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Jangada de rio

É carnaval. E com a cabeça ecoando o barulho dos tambores fui ler sobre  a história de alguns dos grandes sambas-enredo desse nosso país lindo.

Um dos mais famosos e, na minha opinião, um desses entre os mais belos é o “Aquarela brasileira”, de 1964, da Império Serrano. Ele como um todo é uma obra-prima, mas a parte que eu mais gostei é um fato curioso de sua criação: São Paulo ali só entrou depois de uma revisão.

Calma, quem me conhece sabe que sou paulistana de coração e isso não me agradaria assim tão fácil. Como assim esqueceram da minha cidade? São Paulo é a selva de pedras onde menos se jogam as pedras nesse país! Como alguém fala das belezas do Brasil e não lembra de São Paulo?

Bom, o curioso é o motivo que levou à revisão que permitiu ao sambista notar o esquecimento: um verso que teve de sair. “Os rios enfeitados de jangadas.”. Alguém teve de avisar: jangada não anda em rio, só em mar.

Essa curiosidade pra mim pode ser o mais poético desse verso. Quem é que nunca tentou colocar sua jangada de mar pra nadar no rio, não é mesmo?

Bom, assim como esse samba e como o país inteiro, nem todo verso é perfeito. Em alguns uma vírgula pode resolver. Outras vezes não tem jeito: é preciso que algum deles saia para que outro melhor possa entrar.

A vida é uma canção que nunca fica pronta, mas uma hora a gente precisa responder se vai jogar a jangada no rio ou se vai jogá-la de vez pra fora do trio.




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Jangada de rio

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