“Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as Minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu...”
- Alberto Caeiro -
(do livro: “Antologia Poética”, Fernando Pessoa)
Posso dizer que, atualmente, esse verso tem sido o meu mantra. Leio e releio, como se fosse uma oração.
A necessidade de buscar a minha essência e ser eu mesma – sem máscaras, sem ter que satisfazer as expectativas alheias, sem me preocupar com o que pensam ou deixam de pensar ao meu respeito – é tão grande, que a alma chega a doer.
E nessa busca por meu eu real, acabei por esbarrar em pessoas, situações e ensinamentos que enriqueceram as minhas experiências, os meus aprendizados – sendo eles bons ou aparentemente ruins.
Parece que foi muito o que vivi e, ao mesmo tempo, tão pouco... sinto-me no início de uma imensa estrada onde consigo vislumbrar apenas o passo dado, nada mais.
Começo o árduo trabalho de abrir infinitas caixas de mágoas, decepções, conquistas, aprendizados e amores, para poder folhear página por página de meus diários internos e esforçar-me por aprender a curar, liberar e perdoar aquilo que guardei e não me serve, e trazer à tona tudo o que potencialmente posso ser e sei, intuitivamente, que sou.
Descobrir-me entre tantas imagens, sensações, personalidades, vidas...
Separar de mim aquilo que me foi imposto, toda tentativa de adequar-me ao que nada tem a ver com a minha real expressão individual.
Despir-me do mundo, das pessoas, das emoções alheias, das frustrações que não são minhas... e Apenas ser eu.
✠Íris✠
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