Vemos hoje inúmeros movimentos com terapeutas, psicólogas, médicas, ativistas, artistas, mães, filhas, jovens, senhoras, enfim, mulheres, engajadas no empoderamento feminino, na reconexão com os ciclos e a relação saudável com o útero.
Sinto-me honrada em poder fazer parte deste momento tão importante de retomada de poder sobre si mesma, de aceitação, de amor, de orgulho de ser simplesmente o que se é.
Quando penso em Sagrado, penso em recolhimento, autoconhecimento, como uma linda prece. Para algumas pessoas o Sagrado Feminino virou um espetáculo, uma etiqueta social, uma forma de autopromover-se e, infelizmente, muitas vezes, a necessidade de chocar e agredir. Algumas confundem o movimento de libertação pessoal com uma guerra agressiva contra o sexo oposto ou mesmo contra outras mulheres que discordam de seus métodos e teorias.
Se é preciso chocar e impor, não é Sagrado. Tornar algo tão belo e ligado ao movimento da vida, de Gaia, em um espetáculo bizarro na tentativa de chamar a atenção, nada tem a ver com o rito ancestral e sábio das mulheres que se retiravam à sua Tenda da Lua, isolando-se de sua tribo, de seus homens e das outras mulheres, em honra a si mesmas, num momento que sabiam ser único e mágico. Recolhiam toda a sua energia e permitiam entrar em conexão profunda com a Mãe Terra.
Quando penso no ideal de tenda da Lua, isso me remete a algo calmo, quente, terno e pulsante como deve ser o nosso útero. Por que tantos gritos? Se o Sagrado Feminino se expressa no amor, no acolhimento, na doçura do aconchego pulsante da energia da vida em nossos ventres. Essa sabedoria não se impõe, não se compra, nem se vende, ela apenas é, está lá e nos pertence.
Vejo muitos movimentos, muitas palavras escancaradas, muito vermelho exposto na rede, nas telas, até mesmo na terra, mas tão pouco comprometimento sincero com a redescoberta de si mesma. Algo extremamente complexo e profundo, ainda tratado com tanta superficialidade.
Amor, sabedoria, sacralidade, essência... e nada mais.
Íris☯
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