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A vida urbana

Da vida simples diz tanto,
Ao campo, período ufana.
Mas doce mesmo é o encanto
Da serenidade urbana.

Andava na rua, correndo para que o tempo rendesse. E ao esbarrar com alguém, ao andar por ruas conhecidas, a saudade agradável bateu. Nostálgico. Amo mesmo a cidade. E em outro dia, na mesma semana, vi um músico tocando guitarra em frente à estação das barcas. Ah, sim, como é boa a cidade.

Muitos vivem imersos na correria das cidades, nas massas, nos ônibus lotados, nas ruas cheias de vendedores, nos cumprimentos rápidos a rostos familiares... Canta-se, de fato, um sonho de fugir disso. Mas a verdade é que o que cansa é a má gestão do nosso mundo, seja da parte que nos cabe, seja da que está além de nós.

A urbanidade é a realização do sonho. Lá estão todos, lá está tudo. O comércio e o trabalho, o lazer e a saudade. Fuja mesmo dela. Fuja, viva o seu retiro, e então sinta o chamado às ruas. Não vê-las traz saudade do tanto vê-las. Ter nelas e com elas faz o coração se alegrar. Eis a humanidade! Eis sua beleza e suas feridas para curar! Eis o doce cheiro inodoro de tudo o que podemos fazer! "Ó, admirável mundo", sinto desejo de gritar! Bom te fez o Criador e no fundo ainda és bom!

Uma corrida, rápida, assuntos a resolver, hora de voltar para casa... Mas, ó vida urbana, é assim que os grandes amores sobrevivem. Ficamos juntos porque queremos, apesar do que nos desagrada, e nas tarefas cotidianas sentimos menos peso, porque lá está o objeto do amor.

Ah, centro da humanidade, mal se fala de ti, mas porque já estão imersos em ti. Aqueles que não te conheciam sim, te buscaram e em ti encontraram o que precisavam. Tu não és perfeita, muito longe disso. Mas és o melhor que por aqui temos e depois te encontraremos na tua forma definitiva.

Sim, amo a urbanidade. E escrevo isto como uma declaração, um sentimento que perpassa uma reflexão seguida duma opção. Escolhi assim. E só de andar pelas ruas e poder contemplar uma cena cotidiana, peculiar, da vida da cidade que engloba tanto, mesmo a mim, fico feliz. Com ela e comigo. Eu sigo onde estou, os músicos seguem tocando e as pessoas seguem vivendo.

Tinha tempo, tempo para poder correr sem pressa, conferir a hora de chegar, mas como se não tivesse hora. E cá estou eu, tomando intervalos para compor e escrever.


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