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Pare de querer ser outra pessoa

Esta reflexão foi inspirada pela palestra “Alegrias ativas e alegrias passivas: vivemos e pensamos pelos afetos”, que foi proferida recentemente pelo meu mestre e amigo @andremartinsfilosofia .

A íntegra da conferência está disponível no c4n4l do Café Filosófico no Yootubi.

Uma das principais razões que levam as pessoas a procurarem ajuda psicoterapêutica é a insatisfação com o Seu Jeito de ser.

Essa insatisfação, no entanto, frequentemente decorre de uma comparação que o sujeito faz entre a maneira como ele naturalmente se comporta e o modo como supõe que DEVERIA funcionar.

Eu vou te dar um exemplo para tornar essa ideia mais compreensível:

Beatriz sempre foi uma mulher bastante assertiva, enérgica e nunca gostou de se colocar numa posição passiva na relação com seus parceiros amorosos.

Dois deles, inclusive o mais recente, tiveram dificuldade para lidar com essa postura mais ativa da moça e, por isso, acabaram terminando o namoro com ela.

Triste e frustrada pelo rompimento, Beatriz conheceu uma influenciadora no Instagram que se propõe a ajudar mulheres a terem relacionamentos “incríveis e duradouros”.

Segundo a tal blogueira, para isso acontecer, a mulher DEVE se posicionar na “polaridade feminina” — na prática, se colocar de modo passivo, delicado e dócil na relação com os homens.

Depois que começou a seguir essa influencer, Beatriz vem tentando seguir as orientações dela e… fracassando miseravelmente.

Agora, além de sofrer com a tristeza pelo término do namoro, a moça também se martiriza com a frustração de não conseguir ser a mulher que supostamente ela DEVERIA ser.

Como o prof. André Martins explica, nós temos a capacidade de IMAGINAR cenários supostamente ideais e passamos a acreditar que a vida REAL não só pode como DEVE se adequar a essas idealizações.

Essa conclusão neurótica decorre do seguinte raciocínio moralista: se a minha vida não é o tempo todo satisfatória, isso significa que estou vivendo de modo ERRADO.

Foi nessa armadilha que Beatriz caiu:

Ao invés de AFIRMAR o seu jeito espontâneo de ser, ela passou a querer se tornar OUTRA PESSOA — na vã esperança de alcançar um estado de plenitude que só existe na nossa IMAGINAÇÃO.


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