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O analista pode utilizar suas próprias experiências como instrumento para a compreensão do paciente?

Naquele dia Sara estava mais falante do que de costume.

Logo depois de cumprimentar Rafael, a engenheira começou a narrar ininterruptamente os acontecimentos da última semana.

Sara é uma mulher de 35 anos que começou a fazer terapia há alguns meses desde que se separou de Carla e entrou em um episódio depressivo.

Rafael, por sua vez, é um experiente psicanalista de 40 anos.

Naquele dia, a paciente descreveu detalhadamente (e demonstrando bastante irritação) duas brigas intensas que teve com a mãe ao longo da semana.

Desde a adolescência, Sara tem um relacionamento turbulento com a genitora.

Geralmente os conflitos ocorrem quando a mãe busca controlar o comportamento da filha fazendo uso, sobretudo, de chantagens emocionais.

— … e aí ela disse que eu não me importo com ela, que eu nunca me importei! — disse Sara com um semblante indignado.

— Ela falou isso quando você disse que iria voltar a morar sozinha? — perguntou Rafael.

— Sim! Ela acha que só porque agora eu estou solteira, tenho que ficar morando com ela!

Enquanto Sara narrava as recentes brigas com a mãe, vieram à mente de Rafael algumas memórias de conflitos semelhantes que ele já vivenciara com sua própria mãe.

O terapeuta se lembrou de como se sentia culpado quando sua genitora, também controladora, tentava lhe chantagear emocionalmente.

Influenciado por essas memórias, Rafael deduziu que, por trás da ira com que Sara falava da mãe, havia um intenso sentimento de culpa.

— Esse tipo de fala dela (“Você não se importa comigo”) faz você se sentir culpada, né, Sara? — arriscou uma interpretação.

A paciente ficou em silêncio e, alguns segundos depois, começou a chorar compulsivamente.

Como viram, a intervenção acertada de Rafael não foi baseada apenas no que Sara vinha dizendo, mas também em sua própria experiência que, coincidentemente, era semelhante à da moça.

Ou seja, o analista utilizou suas vivências contratransferenciais como instrumento para discernir o que estaria acontecendo inconscientemente com a analisanda.

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