No processo de liquidação do Grupo Abril, ontem foi vendido o histórico prédio da editora na Marginal Tietê em São Paulo, por quase R$ 120 milhões. Foi arrematado em leilão pela rede de lojas Marabraz, especializada em itens domésticos de baixo custo.

O valor pago é uma ninharia, se for considerado o complexo industrial obsoleto, de mais de 50 anos, que a Marabraz pretende usar como centro logístico. O terreno vale muito mais que isso, seria o caso de demolir a estrutura antiga e construir galpões modernos e eficientes, de acordo com os padrões de logística dos anos 2020, e não da distribuição de publicações impressas dos anos 1960/70.

Mas o que chama a atenção para mim é que o valor da transação é muito próximo do passivo trabalhista que a Abril deve para mais de 2.000 ex-funcionários e colaboradores, que foram chutados sem cerimônia do processo de recuperação judicial.

A Empresa Falida descumpriu todos os acordos firmados, deixou famílias na miséria (alguns ex-funcionários tem quase MEIO MILHÃO de reais em atrasados não pagos).

Jornalistas processados por autoridades devido a decisões editoriais da Veja, Quatro Rodas e outras revistas do grupo perderam toda a assistência legal e financeira, e podem ter de arcar com os custos de processos usando seus próprios recursos (vendendo tudo que possuem para isso, porque um editor canalha decidiu não blindar as fontes em reportagens).

Para concluir, a dívida trabalhista da Abril gira em torno de R$ 120 milhões. Já o patrimônio PESSOAL dos netos do Victor Civita está na casa dos R$ 3 BILHÕES.

E esses CANALHAS não são capazes de abrir mão de menos de 10% de suas fortunas para resgatar a dignidade de profissionais que trabalharam por décadas na Empresa, e garantir um mínimo de segurança para suas famílias. ( Sérgio Kulpas, no Facebook )

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