Boa tarde, O Exame Nacional de Filosofia do Ensino Secundário realizou-se hoje, dia 17 de junho, e os critérios de correção já estão disponíveis. Para consultar a prova clique aqui. Para ver os critérios de correção clique aqui. Esta prova parece globalmente bem construída e acessível aos alunos do ensino secundário. A Sociedade Portuguesa de Filosofia anunciou na passada sexta-feira que o júri da 11ª edição do prémio de Ensaio da SPF 2018, mantendo um rigoroso anonimato na apreciação dos 13 trabalhos admitidos a concurso, decidiu atribuir o prémio da presente edição, dedicada à pergunta “É o livre arbítrio compatível com o determinismo?”, ao ensaio meu ensaio "(β) não dá base ao incompatibilismo entre determinismo e livre-arbítrio". Aqui fica um breve resumo do meu artigo: «Neste ensaio queremos analisar o argumento mais influente e prometedor para sustentar o incompatibilismo entre o determinismo e o livre-arbítrio, conhecido na literatura como “o argumento da consequência”. Esse argumento é bem-sucedido só se a Regra (β), ou similar, for válida. Contudo, apresentaremos razões para abandonar ou para se ser cético em relação à regra (β) ou similar. Sem essas regras a tese incompatibilista perde a sua fundamentação mais prometedora, dado que não se conseguirá apresentar de forma válida o argumento da consequência. Assim, defenderemos que (β) ou outra regra similar não dá base para a tese incompatibilista. Para chegarmos a essa conclusão, na secção 1 formularemos o problema da compatibilidade e as respostas compatibilista e incompatibilista. Na secção 2 apresentaremos o argumento da consequência, com a regra (β), a favor da resposta incompatibilista. A secção 3 será dedicada ao exame de um contraexemplo para a regra (β) baseado no princípio da aglomeração. Na secção 4 analisaremos algumas possíveis formas de escapar ao contraexemplo apresentado anteriormente, quer com a reinterpretação do operador NP quer com a reformulação de uma nova regra (β). Advogaremos na secção 5 que a reinterpretação de NP não permite salvar a regra (β), dado que numa leitura essa regra implicará diretamente a tese fatalista e numa outra leitura tal regra será inválida. Além disso, sustentaremos na secção 6 que a formulação de uma nova regra (β) padece de problemas semelhantes que afetam a regra original. Por isso, as tentativas para salvar a regra (β) e o argumento da consequência não são plausíveis. Por fim, discutiremos uma outra consequência indesejável da regra (β) ou similar, dado que com tais regras podemos construir igualmente um argumento para a incompatibilidade entre o indeterminismo e o livre-arbítrio, o que conduz a um inconveniente ceticismo sobre a possibilidade do livre-arbítrio». Este ensaio será publicado na Revista Portuguesa de Filosofia. Quando for publicado colocarei o artigo disponível para leitura. Uma excelente semana,
-- Domingos Faria https://domingosfaria.net/ |