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Livro 14: Auri, a anfitriã - de Aline Moura e Bárbara Almeida




(Se você está se perguntando como eu fui do Livro 8 para o 14, a resposta está nesse post.

Se você nem percebeu, só continuar lendo como se nada tivesse acontecido)

Sinopse:
"Se eu fosse a dona desta casa, convidaria a entrar e tomar um café. A conversa, certamente, pode ser longa. Contudo, não tenho autoridade para tal convite. Isso está fora do meu alcance. Sou tão refém do Sistema que tudo rege quanto às mulheres que em mim vivem. Eu, a própria prisão. E elas, minhas hóspedes. Prazer! Chamo-me Auri. Gosto quando dizem que eu sou a anfitriã. Estou aqui para convidá-lo a ler uma história. Na verdade, um cruzamento ininterrupto de histórias. Elas não são minhas, mas de minhas protegidas. Esqueça a má fama construída por meus antepassados. Quero que conheça meu labirinto através do que tenho a contar. Venho oferecer as memórias revividas por Maribel, Jéssica, Cinara e Patrícia, mulheres que, ao desvendarem os enigmas do passado, foram intensamente tocadas pelo cárcere. Entre, mas não sente. Vamos passear pelas vidas das pessoas que dão sentido a minha existência".


Sobre as autoras:
"A cearense Aline Moura é jornalista e escritora. Começou seus primeiros escritos literários ainda na adolescência, mas foi através do Jornalismo que encontrou seu desenvolvimento como escritora. Em 2010, licenciou-se em Letras Pela Universidade Estadual do Ceará. Nos anos posteriores, trabalhou em comunicação governamental e jornalismo impresso. Em 2013, bacharelou-se em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal do Ceará, defendendo como Trabalho de Conclusão de Curso o livro-reportagem 'Auri, a anfitriã'.

Bárbara Almeida é jornalista, brasileira, cearense, graduada pela Universidade Federal do Ceará. Descobriu-se repórter ante o fascínio por conhecer e imaginar histórias. A começar pelas contações do pai. Achou-se na prosa e poética da memória popular, das lutas sociais e das artes. No jornalismo atuou em diversas áreas. fixando-se na narrativa escrita para jornais, agências e comunicação estratégica. Atualmente, mestranda em Comunicação e Artes pela Universidade Nova de Lisboa. Residente em Lisboa, Portugual".


Minha opinião:
(Pode ser que minha abstinência de Orange Is The New Black tenha contribuído pra eu gostar tanto desse livro? Pode. Mas quem é totalmente imparcial?)

Auri, a anfitriã foi um livro produzido via crowdfunding (financiamento coletivo). Eu descobri a campanha de financiamento após ler um texto no Lugar de Mulher e fiquei curiosa para ver a qualidade da edição de um livro publicado de forma independente através de financiamento coletivo. Um pouco preconceituoso da minha parte, admito. Mas posso dizer que esse livro em termos de edição não deixa nada a desejar aos das editoras.

Trata-se de um livro-reportagem (TCC das autoras) sobre o Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, a Auri do título. Somos apresentados, pela própria penitenciária, a três histórias (sem contar a da anfitriã) de mulheres que, por diferentes razões, acabaram dentro dos muros da prisão. A narrativa é extremamente lírica e mistura narrativa com diversas reflexões acerca do sistema carcerário (em especial, o feminino) e sua eficiência. Fotos do instituto penal, algumas bem poéticas, ilustram as histórias.

Conhecemos as estrangeiras Maribel e Jéssica, a amante de livros Cinara e a ex-viciada em crack Patrícia. Cada uma com diferentes características, delitos e histórias. Todas presas em um sistema criado e regido por homens.

O interessante da narrativa é como ela nos aproxima das presidiárias e nos faz ver do ponto de vista delas. Até que ponto aquelas mulheres ali detidas não foram também vítimas? O quanto carregar a alcunha de ex-presidiárias vai impedi-las de construir um futuro diferente? 

Podemos pensar no Jean Valjean, do filme Os Miseráveis de 2012 (não li o livro do Victor Hugo, mals), vagando sem conseguir emprego ou um lugar pra ficar, tudo porque roubou um pão para o sobrinho não morrer de fome e agora é um preso em condicional. Acho um bom exemplo de como o sistema carcerário é ineficiente e, muitas vezes, injusto.

Outro exemplo, esse de uma mulher presa no sistema criado e regido por homens, seria Tracy Whitney de Se houver amanhã.

Além de toda essa discussão, Auri também ganhou diversos prêmios:

-melhor Livro-reportagem no Expocom Nordeste;
-melhor Edição de Livro no Expocom Nordeste; 
-melhor Livro-reportagem no Expocom Nacional; 
-melhor Edição de Livro no Expocom Nacional; 
-melhor Trabalho de Conclusão de Curso no prêmio de Gandhi de Comunicação.

Não tem indicação de outras resenhas, mas tem um booktrailer bem legal:




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