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Agora outra coisa.

Estou a brincar, vou falar do mesmo assunto outra vez.

As pessoas dizem estar fartas, mas acredito que ainda não temos disponibilidade mental para fazer raciocínios corona-free, de tão invulgar que é esta situação para nós.
Como dizia alguém: não estou a gostar deste episódio de Black Mirror. E é verdade que parece ficção científica. Em todo o caso é nestas fases que aprendemos algumas coisas sobre nós e os outros. Tem sido o meu caso. 

Sobre mim aprendi que devo ser meio parvinha. Atenção, sou uma seguidora de regras, não estou a correr riscos desnecessários e sigo todas as regras indicadas pela OMS e DGS para evitar a propagação do vírus. MAS. Não estou em pânico e sinto-me uma tonta por isso. Ontem, por breves instantes a admirar o facto de o relógio da sala ter voltado a funcionar, deu-me à volta à boneca e pensei com o coração acelerado: mas que situação é esta, durante quanto tempo não vou ver a minha família, será que devia estar a abastecer para 2 anos e ver tutoriais de sobrevivência à custa de raízes no Youtube? Mas depois passou-me e tenho estado tranquila 99,9% do tempo. O que significa que, está bem, sou otimista e não gosto de sofrer por antecipação, mas também devo ter um parafuso solto qualquer.

 

Sobre o Moço, aprendi que a forma de o fazer sorrir mais facilmente é dizer: queres jogar um bocadinho de Playstation que eu vou ler? No fundo eu só quero qualquer coisa que lhe ocupe a cabeça para ele parar de cantar a Falésia do Amor (explico aqui). 

Sobre os meus pais aprendi que são muito mais rebeldes agora do que eu alguma vez fui na adolescência. Trauteiam de cor as regras que acham que toda a gente deve seguir, mas depois vão ter com os meus tios sem hesitar, porque toda a gente sabe que o problema é passar o bicho a estranhos, se for a familiares, tudo bem, morre-se em família que é mais higiénico e podemos até ter um desconto de pack nas campas...

Por entre os meus amigos consigo distinguir os mais acabrunhados, que são normalmente os que parecem mais sensatos. Como aqueles matulões do ginásio que guincham quando vêm um aranhiço. Sabem? Aqueles amigos que normalmente são ateus, mas neste momento estão a inscrever-se em todas as religiões em catadupa, como aquelas pessoas nos passatempos do Instagram que marcam toda a gente que respira. 

Este fim-de-semana fiz uma série de Stories no Instagram chamada "encafuadinha" (deixei nos destaques, se não acompanharam) e descobri que mesmo as pessoas que não gostam de brincar com coisas sérias, vêem no humor um escape bem-vindo quando a situação aperta desta maneira. Claro que continua a haver alminhas que não percebem ironia, mas isso é só para nos lembrar que mesmo como corona, há alguma estabilidade no mundo. 



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