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Conto de encontro #2

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Sem dar por isso estava outra vez a morder uma madeixa de cabelo. Já a mãe a tinha avisado que era um tique nervoso muito feio e que devia tentar outra coisa mais elegante, como piscar os olhos. Uma autêntica conhecedora da mente humana, a sua mãe. Só que não. Aliás, quando a sua mãe decidiu fazer "auto-terapia" para enfrentar a viuvez, o resto da família encolheu os ombros. As teorias de Helena prevaleceriam e não havia nada a fazer. Uma das fases envolveu dar abraços a estranhos para que aprendesse de novo a "dar-se ao mundo" nas palavras da própria. Resultou tão bem ou tão mal que a útlima dádiva tinha sido precisamente para o ex-namorado dela. 


Contar-se entre as pessoas no mundo que têm a honra de partilhar um homem com a mãe fez com que ela própria precisasse de terapia (mas não arriscou na auto-terapia, nem - por algum motivo - pediu conselho à mãe).

 

Tinha chegado finalmente ao ponto em que estava em paz com a ideia de que o seu Luís, a relação mais longa que tivera, era agora...o seu padrasto. Verdade que os seus pais sempre tinham gostado dele. Não fazia ela ideia quanto. Mas tendo feita toda a travessia do Inferno para chegar a este lugar de aceitação, começou a desenhar-se o novo problema: tinha bastante certeza que o Luís andava a tentá-la.


Pegou no telemóvel e respondeu que sim. Não tinha outro remédio, era o aniversário da mãe e uma daquelas poucas ocasiões em que ela não tinha estofo suficiente para negar. Além disso a sensação de que o Luís estava a seduzi-la podia ser passageira, quem sabe fruto da sua mente que alternava entre desejar desesperadamente alguém ao seu lado e afirmar o quão satisfeita estava entregue a si própria. 

 

Talvez devesse, só para garantir que nada estragaria a noite, levar alguém com ela. O Frederico acabara de entrar para lhe trazer alguns morangos ácidos num guardanapo. Os favoritos dela. Sorriu. Pelas gomas e pela sua própria decisão. Ligou à mãe para avisá-la que ia levar alguém com ela.

 

Quem é ela vai levar à festa de aniversário da mãe?

  1. O Mendes, o seu mais recente caso. Se ele a usava, porque não usá-lo ela desta vez?
  2. O Celso, a paixoneta de infância que andava a meter conversa com ela no Facebook.


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