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Desce - Estou chegando


Ela tinha cabelo liso e ideias enroladas. Olhos fundos. Sorriso torto-charme. 


Sumia entre os travesseiros da minha cama. Pela manhã, cantava como se fosse algo normal. Pessoas que cantam pela manhã, de longe, nunca são normais. Mas quem quer amar alguém normal? Acontece que ela foi embora por circunstâncias da vida: um beijo diário a menos, uma briga cotidiana a mais, uma satisfação esquecida, essas coisas… Não pude evitar. Ela quis. Se ela está feliz, eu sou vírgula na sua decisão; hoje, sou só ponto final.

Vivendo essa falta que ela me faz, tão grande que é maior que eu, choro sozinho, pois infelizmente poucos sabem o que sinto. Será que quando me veem na rua imaginam o mundo interno que há em mim? Será que na padaria sabem que, em vez de um misto-quente e uma média, eu gostaria de um abraço e um passagem para longe? 


Acontece que, sozinho, rodopio. Crio desculpas que só eu sei inventar. Relembro a saudade só para sentir doer de novo. E talvez me forçar a vivenciar mais uma vez essa dor seja somente uma maneira de perceber, na pele, que dar corda para esse futuro seja uma eterna burrice. Mas é difícil, eu sinto, é inegável.

Já está deitada? Eu sei que você dorme cedo, mas sinto sua falta! Posso te ligar? Rapidinho. Eu sei, eu sei que já combinamos um adeus, mas… Mas não estou conformado. Fala comigo para apaziguar meu coração? Me faz um carinho? Me diz que é tudo brincadeira. Me deixa ser motivo de riso de novo. Me beija no escuro entre as cobertas. Me deixa descobrir seu corpo como se fosse a primeira vez.


Some comigo. Me liga. Desce. Estou chegando!

::  LARGA ESSA POSE DE DURONA  ::


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