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Não era você quem ia me esquecer?


Mais uma vez meu celular toca. Notificação. 

Mais uma vez é você. Duas da manhã, sonolento, desbloqueio o celular e abro sua mensagem. Mais uma vez dizendo: “minha vida sem você não faz sentido. Volta pra mim” — já perdi as contas de quantas vezes essa cena já se repetiu. E já sei onde você está escondida. Estamos nessa entre mensagens, ligações, esbarrões por aí e você tocando minha campainha em horários inapropriados há meses. E dessa vez, eu vou te responder para você me esclarecer um detalhe.

No começo, lá no comecinho, quando você me disse “melhor pararmos por aqui”, meu coração parou junto. Entrei em desespero e te perguntava incansavelmente o porquê. Você nem sabia me responder.


Achou fácil terminar nosso relacionamento como se parasse o carro numa vaga livre, sem necessitar de manobras. Disse que me esquecer seria tranquilo, que eu nem fui tão marcante assim como pensava. E que nós dois foi apenas uma história de outono (maio/agosto), como todas que teve e tive. Me desejou um belo “fica bem, você é forte”. E partiu.

Meu primeiro pensamento foi a sua covardia em nem se dar o trabalho de olhar nos meus olhos e dizer tudo. Disse através de uma ligação que tinha lhe feito para saber como foi seu dia. Babaca. Doeu muito. Doeu dias. Doeu meses. Doeu. Doeu como bater o dedinho na quina da mesa. E sabe que é incrível? Passou. Você não disse que eu era forte? Eu sou. Tirei forças da minha recente ferida e bola pra frente. Não fui a bares curar minha dor, não fui atrás de outros amores, não fui atrás de você.

Você pensou que eu ia te mandar mensagens, ligar, chorar, implorar e ir a programas de TV te pedindo de volta. Se enganou.

Sabe qual a nossa diferença? Enquanto você enchia, e enche, a cara de lagrimas, eu encho a cara de amor-próprio. Você beijava outras bocas, eu escolhia novos trabalhos. Enquanto você esperava minha aparição de“coitadinho-abandonado”, eu esquecia da sua existência. Enquanto você pensava que estava sofrendo, estava cuidando de mim. Quando você começou a ver que eu não aparecia, começou a me caçar por aí —até no supermercado, e me encontrava bem. E quando você começou a notar a minha importância, você já era ninguém pra mim.

E foi num dia casual que você me mandou a primeira delirante mensagem: “Minha vida sem você não faz sentido. Volta pra mim”. Eu vou mudar de número, de casa, quem sabe de cidade. Porque já está me incomodando essa tua procura. E quanto a você, só está colhendo o que plantou. Mas olha, fica bem, tá? Você é forte.

Só me esclarece uma coisa? Não era você quem ia me esquecer?



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