Dia de calor. Na hora do almoço resolvo ir a um restaurante a quilo, próximo ao trabalho.
Após montar meu prato, reparei que o lugar estava lotado, como de costume, mas achei uma cadeira ao lado de um senhor bem idoso, com aparência desanimada.
O simpático velhinho, soube depois que se chamava Antônio, começou a puxar papo e me contar grandes histórias sobre o mundial de 50, que o Brasil perdeu no Maracanã. Sim, ele estava lá e eu imagino que deveria ter uma idade em torno de 80 anos.
Apesar do entusiasmo de Seu Antônio ao contar a história, percebi que ele estava bem cansado. Bom, ao final são muitos anos de batalha e sua saúde já não é mais a de um garoto de 20 anos. Papo vai, papo vem, eu fico curioso e pergunto pra ele o motivo daquele senhor estar no centro em um dia tão quente e por que não está aproveitando um belo almoço com sua esposa.
A resposta me deixa de queixo caído: ele estava em seu horário de almoço. Ele ainda trabalha, mas não porque quer, mas porque precisa: remédios e plano de saúde são muito caros. Eu sinto um embrulho no estômago e nem consigo terminar meu almoço.
Seu Antônio seguiu a vida como manda o figurino: foi um excelente aluno, arrumou um bom emprego, comprou seu carro, financiou sua casa por 30 anos e cuidou dos filhos de forma exemplar. Viajava nas férias com a família, trocava de carro periodicamente, mas quase nunca sobrava dinheiro para poupar. Sempre ficava para o próximo ano: "Ano que vem eu começo a juntar".
Acreditava que iria se aposentar tranquilamente pelo INSS, afinal de contas a contribuição é obrigatória e todos merecem uma aposentadoria digna. Mas, ao longo dos anos a quantidade de dinheiro que recebe do INSS vem sendo corroída pela inflação.
Antes, o dinheiro pagava as contas do mês e os remédios. Hoje mal paga os custos do dia a dia. A renda que ele recebe de aposentadoria não é suficiente e ele não quer ser um fardo para sua família e nem receber mesada dos filhos.
Seu Antônio ainda conta, com tristeza nos olhos, que seus amigos agora estão em um cruzeiro e ele e sua esposa não puderam ir. Mas, ele sonhava com a aposentadoria dos sonhos: viver em uma praia, tomando água de coco e dando um mergulho no mar todos os dias.
O problema é que Seu Antônio mora no Brasil !!
Após montar meu prato, reparei que o lugar estava lotado, como de costume, mas achei uma cadeira ao lado de um senhor bem idoso, com aparência desanimada.
O simpático velhinho, soube depois que se chamava Antônio, começou a puxar papo e me contar grandes histórias sobre o mundial de 50, que o Brasil perdeu no Maracanã. Sim, ele estava lá e eu imagino que deveria ter uma idade em torno de 80 anos.
Apesar do entusiasmo de Seu Antônio ao contar a história, percebi que ele estava bem cansado. Bom, ao final são muitos anos de batalha e sua saúde já não é mais a de um garoto de 20 anos. Papo vai, papo vem, eu fico curioso e pergunto pra ele o motivo daquele senhor estar no centro em um dia tão quente e por que não está aproveitando um belo almoço com sua esposa.
A resposta me deixa de queixo caído: ele estava em seu horário de almoço. Ele ainda trabalha, mas não porque quer, mas porque precisa: remédios e plano de saúde são muito caros. Eu sinto um embrulho no estômago e nem consigo terminar meu almoço.
Seu Antônio seguiu a vida como manda o figurino: foi um excelente aluno, arrumou um bom emprego, comprou seu carro, financiou sua casa por 30 anos e cuidou dos filhos de forma exemplar. Viajava nas férias com a família, trocava de carro periodicamente, mas quase nunca sobrava dinheiro para poupar. Sempre ficava para o próximo ano: "Ano que vem eu começo a juntar".
Acreditava que iria se aposentar tranquilamente pelo INSS, afinal de contas a contribuição é obrigatória e todos merecem uma aposentadoria digna. Mas, ao longo dos anos a quantidade de dinheiro que recebe do INSS vem sendo corroída pela inflação.
Antes, o dinheiro pagava as contas do mês e os remédios. Hoje mal paga os custos do dia a dia. A renda que ele recebe de aposentadoria não é suficiente e ele não quer ser um fardo para sua família e nem receber mesada dos filhos.
Seu Antônio ainda conta, com tristeza nos olhos, que seus amigos agora estão em um cruzeiro e ele e sua esposa não puderam ir. Mas, ele sonhava com a aposentadoria dos sonhos: viver em uma praia, tomando água de coco e dando um mergulho no mar todos os dias.
O problema é que Seu Antônio mora no Brasil !!
