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Sou poeta alegre, cínico e cego

Eu navego nas tempestades da vida,
Eu respiro o ar sujo das sujeiras humanas,
Eu sou a trovoada, do relâmpago que já foi,
Eu sou o abismo no infinito da minha inconsciência,
Eu sou o que resta,
De vida, farrapos,
Eu sou alegria, confundiram-me com ilusão,
Sou a desarmonia já no passado de uma mulher,
Eu fui um forte, destruído pela beleza da poesia,
Eu sou o que sou,
Sou poeta alegre, cínico e cego,
Cuja a cegueira e cinismo são a minha consciência conveniente.

Mário Augusto de Souza



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