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Review #118 - Endless Forms Most Beautiful (Nightwish)


Desde o dia em que Floor Jansen foi anunciada como a nova vocalista do Nightwish os fãs estão a espera de um novo álbum da banda. Essa ansiedade aumentou gradativamente à medida que eram lançados os primeiros teasers. Enfim, depois de muitos mese de espera, no dia 31 de Março o tão aguardado álbum foi lançado mundialmente. "Endless Forms Most Beautiful" é um álbum conceitual que gira em torno do poder da ciência e da razão. De acordo com o tecladista Tuomas Holopainen, "O álbum é todo sobre a beleza da vida e da existência, da natureza e da ciência". Tuomas também afirma que o álbum foi inspirado numa citação feita por Charles Darwin em seu livro "A Origem das Espécies". Além disso, "Endless Forms Most Beautiful" conta com uma participação muito especial: O autor e biólogo Richard Dawkins. De acordo com Tuomas, Dawkins não conhecia a banda, mas aceitou participar do disco após procurar algumas música na internet. Suas narrações podem ser ouvidas em duas músicas do álbum, narrando suas próprias citações, e também está presente em todos os teasers e trailers que foram divulgados. Musicalmente, "Endless Forms Most Beautiful" prova que, mesmo com a mudança de vocalista, o Nightwish se manteve fiel ao seu estilo. Também apresenta uma maior participação do guitarrista Emppu Vuorinen, que vinha tendo uma participação modesta nas músicas desde "Dark Passion Play", de 2007. A abertura se dá já com uma citação de Dawkins, seguida por um arranjo pesada e instenso com uma linha de guitarra pesada e bem presente. A faixa é "Shudder Before The Beautiful" e lembra em muitos aspectos a também faixa de abertura "Dark Chest Of Wonders" do álbum "Once".  Seguindo a proposta do álbum, a música trata justamente da beleza do mundo e tudo o que ele tem a oferecer. O destaque vai para a incrível "batalha" entre teclado e guitarra que acontece depois do segundo refrão, aos 2 minutos e 40 segundos. Os arranjos da orquestra também são incríveis. Floor, que nunca tinha gravado com uma orquestra até então, afirmou em uma entrevista que ficou impressionada com o talento e professionalismo dos instrumentistas e do maestro James Shearman. "Shudder Before The Beautiful" é com certeza um dos pontos altos do disco e já mostra ao ouvinte o caminho que será seguido ao decorrer do álbum. "Weak Fantasy" é a segunda e talvez mais pesada do álbum inteiro, talvez devido aos vocais mais agressivos. Foi composta principalmente belo baixista Marco Hietala, cujos vocais também aparecem na música. Sua letra critica o modo como algumas religiões restringem a vida de algumas pessoas e foi escrita por Tuomas em parceria com Marco, que se ocupou principalmente da composição instrumental da faixa. Em contrapertida e em uma total antítese à segunda faixa vem "Élan" (Mini Review #2), com uma composição e um arranjo mais leves. Foi o primeiro single do álbum e deixou muitos fãs decepcionados após a primeira ouvida, pois se esperava que ela fosse pesada assim como a banda havia prometido. Mas, se ouvida várias vezes, percebe-se a beleza e a agradável sensação de leveza e liberdade que a música traz. A flauta finlandesa ficou por conta do também novo membro Troy Donockley. O seu tema é o mesmo de "Shudder Before The Beautiful", a beleza da vida. "Yours Is An Empty Hope" volta com o ar pesado e dramático, e é primeira faixa em que se ouve nitidamente a voz de Hietala. A faixa também foi escrita por Tumas e Marco apresenta um riff bem semlhante aos dos álbuns "Once" e "Oceanborn". Tuomas preferiu não revelar muitos detalhes da letra em um primeiro momento, mas Marco afirma que ela lida com a ideia de viver o "aqui e agora" e não apenas no passado ou no futuro. É uma das mais pesadas do álbum e conta com vocais guturais no refrão.  "Our Decades In The Sun", a única balada do álbum, é também um dos grandes destaques. É uma música delicada que é grande homenagem aos nosso pais, aqueles que nos criaram e nos amam profundamente. É realmente difícil conter as lágrimas ao ouvir essa faixa, principalmente com os vocais macios e delicados de Floor e os corais infantis que introduzem a música. De acordo com Tuomas, essa foi a música mais difícil de finalizar e de juntar todos os elementos e ideias, pois é muito íntima e tocante. É uma das melhores não só do disco, mas de toda a banda. "My Walden" é uma música celta, assim como "Last Of The Wilds" e também é um dos grandes destaques. É muito tida como uma espécie de continuação de "I Want My Tears Back" do álbum anterior. Os vocais inicias são feitos por Troy, para quem vai o destaque pelos incríveis arranjos feitos em seus diversos instrumentos. A faixa-título, "Endless Forms Most Beautiful", é o segundo single do álbum e tem o lançamento marcado para o dia 8 de Maio. É uma faixa que mantém a atmosfera das demais e foi baseada no livro "A Grande História da Evolução" (The Ancestor's Tale), onde Dawkins propõe uma viagem ao passado até o primeiro ancestral comum da humanidade. Possui um refrão bem marcante e uma parte orquestrada bem dinâmica e intensa. Mas, não só da ciência e da razão que vieram as inspirações para Tuomas. Outro destaque do disco, "Edema Ruh", foi baseado num famoso livro de fantasia "O Nome do Vento", de Patrick Rothfuss. Na obra, Edema Ruh é um grupo de músicos, atores e artistas que viajam por vilarejos se apresentando e ganham a vida disso. Foi a primeira música a ser composta para o álbum e talvez seja por isso que ela destoe das demais liricamente. Musicalmente, dialoga bastante com "Élan" pois possui uma atmosfera leve e inspiradora. Foi a primeira opção da banda para o primeiro single, mas acabou sendo substituída. "Alpenglow" é uma música típica da banda, possui todos os elementos que a banda vinha apresentando até então. Tuomas chegou a dizer que essa é a canção definitiva do Nightwish, com um riff guitarra e teclados e um refrão marcante, funciona como uma espécie de interlúdio de toda a dramaticidade e intensidade do disco como um todo. "The Eyes Of Sharbat Gula" é um instrumental de 6 minutos, que retrata a realidade das crianças na guerra. Tuomas disse que a inspiração veio após contemplar a famosa foto de Sharbat Gula em um livro do National Geographic. Apesar de ser instrumental, a música originalmente tinha uma letra, mas, a pedido de Troy, elas foram retiradas. A música também funciona como um calmo interlúdio entre todo o conceito do álbum e o grande final, que é "The Greatest Show On Earth", música mais longa de toda  a carreira da banda, com 24 minutos. Ela trata sobre nada mais nada menos do que 4,6 bilhões de anos de evolução e seleção natural e conta com mais uma narração de Dawkins. A música começa com um piano calmo que é acompanhado por algumas partes orquestradas. Isso dura até o momento súbito em que se ouve uma grande explosão, o Big Bang, onde tudo se cria. A partir daí, os arranjos se tornam mais rápidos e dramáticos, com um arranjo deslizante digno de uma trilha sonora. O diálogo entre o piano e a flauta finlandesa é incrível. Esse arranjo todo dura até um outro momento, onde voltamos a ouvir o tema de piano inicial, dessa vez acompanhado pelos vocais de Floor, que narram os princípios da vida na Terra (arqueas, bacterias...). E é depois da narração de Dawkins que a música realmente tem início, dessa vez com toda a banda tocando, com destque para a dinamicidade da bateria. Assim, é narrada a evolução dos seres ao longo de muitos milênios de história. Essa narraçã é feita por uma variação de voz bem interessante feita por Floor, que intercala entre vocais mais agressivos e falados e vocais mais limpos e líricos, com um refrão inspirador e típico da banda. Todos esses elementos estão pesentes no primeiro e no segundo capítulo da música: 4,6 e LIFE. Tudo acaba de uma maneira rápida e bem súbita, quando começamos a ouvir diversos sons emitidos pelos mais variados tipos de animais. O som dos macacos anuncia o surgimento de uma nova espécie, o homem, cuja história e retratada no terceiro capítulo da música: The Toolmaker. Nesse capítulo, podemos ouvir mais uma vez a voz de Marco, dessa vez mais presente. Também nota-se um arranjo mais pesado e com um refrão mais marcante e representativo. Há novamente uma parada súbita, depois de ouvirmos Floor e Marco cantarem em uníssono o final do capítulo. A partir daí podemos ouvir de novo o piano e a flauta dialogando em uma sessão instrumental incrível, que culmina no grande final do álbum: Um instrumental inspirador que lembra muito o final do álbum "Imaginaerum". Pode-se dizer que esse final representa os dias de hoje e a grandeza que o homem conseguiu alcançar depois de tanto tempo evoluindo e aprimorando. E para fechar com chave de outro, temos outra narração de Dawkins, sucedida por muitos sons da natureza, como o mar e as baleias. Um Final épico para um álbum impecável. Uma faixa que não está no álbum mas que vale a pena ser comentada é "Sagan", que foi lançada como lado-b do sigle Élan. Ela foi fbaseada em Carl Sgan, cientista e astrobiólogo. Apresenta um arranjo bem parecido com "Alpenglow" e "Edema Ruh". "Endless Forms Most Beautiful" foi muito bem recebido pela crítica e é tido como uma das maiores obras da banda até então. Quem sabe, em algum futuro nem tão distante, ela possa se tornar a maior.

(Nota: Não foi possível disponibilizar o link de "Alpenglow", visto que todas as versões que foram visualizadas estão com o anadamento mais rápido ou mais devagar do que o original).


NOTA: 9,0


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