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Teatro musical: artes cênicas, música e dança em sintonia

Música, Teatro e dança. Três elementos culturais e cênicos que, unidos, trazem a essência e a magia do Teatro Musical. Essa modalidade artística, que tem raízes na ópera, consolidou-se mundialmente, conquistando um público cativo em vários países.

Estados Unidos, França, Inglaterra e até mesmo o Brasil se tornaram celeiros de grandes artistas e referências no teatro Musical. As icônicas montagens na Broadway, em Nova York (EUA), e West End, no centro da capital inglesa, são exemplos disso.

No Brasil, por sua vez, essa vertente cênica se firmou especialmente neste século, com a execução de espetáculos milionários, apesar do país já ter uma história relativamente longa na produção de musicais.

E para contar um pouco sobre esse tema tão fascinante, presenteamos você com este artigo repleto de elementos históricos e curiosidades. Fique com a gente!

Origens do teatro musical

No final do século XVI foi apresentada, em Florença, a obra “Dafne”, a primeira classificada como “ópera” e baseada numa tragédia grega. Mas esta forma musical só viria a se consolidar a partir do século XVII, coincidindo com o surgimento da Música Barroca.

Esse tipo de espetáculo, com atores, cenários, figurinos, instrumentistas e cantores líricos, está nas origens do teatro musical.

Este, por sua vez, não veio em substituição à ópera, mas se apresentou como um novo formato cênico, combinando representações, músicas entremeadas às falas dos atores – os quais também são cantores – e coreografias.

Em 1728, “A Ópera do Mendigo”, de John Gay, já trouxe alguns elementos característicos do teatro musical contemporâneo. Mas foi somente no século XX que entrou em cartaz a montagem considerada o estopim do teatro musical propriamente dito.

O espetáculo em questão é “Show Boat”, de 1927, com libreto de Oscar Hammerstein e música de Jerome David Kern.

E aqui, vale um adendo: Hammerstein foi um dos principais produtores e compositores do teatro musical, ficando especialmente conhecido pela sua parceria com o também compositor Richard Rodgers.

Inclusive, a dupla Rodgers & Hammerstein foi responsável pela popularização de musicais icônicos, como “Oklahoma!” e “A Noviça Rebelde” (“The Sound of Music”), repetindo a fórmula de sucesso iniciada com “Show Boat”.

Os musicais da Broadway

No decorrer do século XX, outros grandes espetáculos do teatro musical norte-americano ganharam projeção internacional, ficando conhecidos mundialmente como os “musicais da Broadway”. É o caso de “O Fantasma da Ópera”, “Chicago”, “Miss Saigon”, “A Chorus Line”, “Cats”, “Rent”, “Grease”, entre muitos outros.

Segundo Martin Shefter, em sua obra “Capital of the American Century – The National and the International Influence of New York City”, os “musicais da Broadway, culminando nas produções de Richard Rodgers e Oscar Hammerstein, tornaram-se formas enormemente influentes da cultura popular americana”. E completa: “Nova York claramente se tornou o mais influente centro cultural dos Estados Unidos”.

Grandes musicais produzidos na França e Inglaterra

E se a Broadway é a maior referência no que tange ao teatro musical, franceses e ingleses também sabem investir em espetáculos grandiosos.

Historicamente, a partir do século XVII, os franceses criaram gêneros próprios de teatro musical, como o vaudeville e o opéra-comique.

O vaudeville referia-se a canções que satirizavam acontecimentos diários. Posteriormente, passou a englobar peças satíricas curtas entremeadas de música, segundo conta Denise Scandarolli em seu artigo “Insurgências marginais: as leis e o Estado na formação do teatro musical popular francês”.

O opéra-comique, por sua vez, foi derivado do vaudeville, abordando temas do cotidiano e com alternância de música e diálogos falados.

Atualmente, a França tem se notabilizado por espetáculos de teatro musical de enorme relevância nas artes cênicas. É o caso de “Les Misérables” (“Os Miseráveis”), baseado na célebre obra de Victor Hugo.

O espetáculo foi criado em 1980 por Claude-Michel Schönberg, com libreto de Alain Boublil e letras de Herbert Kretzmer. É o mais famoso musical francês, tendo sido encenado em várias partes do mundo, inclusive na Broadway.

Sua trilha sonora ganhou o Tony Award, considerado o “Oscar” do teatro, e algumas de suas obras musicais ficaram bastante conhecidas, como “I Dreamed a Dream”.

Já na Inglaterra, o West End, no centro de Londres, é uma espécie de “Broadway” britânica, com mais de 40 casas de espetáculos. A primeira delas surgiu no século XVII, mais especificamente em 1663.

Grandes montagens de teatro musical são realizadas nesses espaços, como “O Fantasma da Ópera”, “O Rei Leão”, “Pretty Woman – O Musical”, “Mamma Mia”, “Tina”, “The Book of Mormon”, entre vários outros.

Destaque para “We Will Rock You”, montagem escrita pelo comediante Ben Elton em parceria com dois integrantes da banda Queen: Roger Taylor e Brian May. Este espetáculo teve, inclusive, uma versão brasileira apresentada no Teatro Santander, em São Paulo.

O teatro musical no Brasil

A história do teatro musical brasileiro é relativamente recente. Começou no Rio de Janeiro, em 1859, com o “teatro de revista”.

No artigo “Breve História do Teatro Musical no Brasil, e compilação de seus títulos”, os autores Adriana Cardoso, Angelo Fernandes e Cassio Filho explicam que tais peças “passavam ‘em revista’ os acontecimentos do ano anterior, como uma resenha satírica”.

Segundo eles, era uma mistura de musical e comédia, com características próprias, mas considerado na época um gênero “menor” em comparação às óperas.

A partir de 1929, a chegada dos filmes norte-americanos claramente trouxe diversas influências nas produções teatrais brasileiras, como a inclusão do sapateado.

Essa forma de fazer teatro musical no Brasil permaneceu até o advento do regime militar. O período de repressão e censura, porém, não significou o fim dos musicais por aqui. Houve, isto sim, uma mudança de estilo.

Surgiram, então, espetáculos com toques de politização e de protesto, ainda que de maneira muitas vezes camuflada.

Chico Buarque, por exemplo, compôs alguns desses musicais, como “Roda Viva”, “Gota d’Água” e “Ópera do Malandro”.

Musicais famosos adaptados para o português

Paralelamente às produções ditas “engajadas”, foram também realizadas montagens inspiradas nos musicais norte-americanos.

A primeira delas foi adaptada para o português ainda antes do período militar, em 1962. Trata-se de “My Fair Lady”, cuja música é de Frederick Lowe, com texto de Alan Jay Lerner.

Os protagonistas do espetáculo brasileiro foram Bibi Ferreira e Paulo Autran, os quais estrearam a peça no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, junto a um corpo de baile de 18 pessoas e coro com o mesmo número.

Outras produções de sucesso da Broadway também foram adaptadas para as casas de espetáculos brasileiras até meados dos anos 90. Entretanto, por questões de verbas, infraestrutura e até pessoal qualificado, o teatro musical no Brasil entrou em declínio por alguns anos.

Em 1999, devido às leis de incentivo à cultura, o país presenciou a retomada dessas produções, com o espetáculo “Rent”.

O patrocínio de empresas privadas, nesse sentido, foi fundamental para dar uma guinada no teatro musical brasileiro.

Com isso, essa vertente artística consolidou-se definitivamente no país no século XXI, com montagens milionárias, construção de teatros mais bem equipados, artistas extremamente talentosos e uma verdadeira “indústria” por trás dessas megaproduções, gerando milhares de empregos.

Em 2001, entrou em cartaz “Les Misérables”, com investimento de R$ 3,5 milhões de dólares e produção de Cláudio Botelho – um dos maiores nomes do teatro musical brasileiro nesta recente fase juntamente com Charles Möeller.

Outros musicais de destaque adaptados para os palcos do Brasil nos anos 2000 são “A Bela e a Fera” (2002), com investimento de US$ 8 milhões e público estimado em 600 mil pessoas; e “O Fantasma da Ópera” (2005), cujo orçamento foi de R$ 26 milhões, com público estimado em 900 mil pessoas.

Na década seguinte, o teatro musical brasileiro ficou ainda mais diversificado e trouxe montagens em homenagem a grandes nomes da música e do entretenimento nacionais. É o caso de “Tim Maia – Vale Tudo”, “Elis, o Musical”, “Chacrinha, o Musical”, “S’Imbora, o Musical – A História de Wilson Simonal” e “Rita Lee Mora ao Lado”, entre outros.

Termos do teatro musical

Agora que você já sabe um pouquinho sobre a história do teatro musical, que tal conhecer alguns termos comumente empregados nessa vertente artística? Confira:

  • Pit-singers: cantores que ficam na coxia dando apoio vocal. Não aparecem ao público.
  • Ensemble: coro.
  • Cover: substituto(a) do(a) artista principal.
  • Libreto: vem do italiano “libretto” (pequeno livro). Contém o texto da peça.
  • Enredo: parte falada do espetáculo.
  • Score: refere-se aos números musicais escritos para o espetáculo.
  • Opening number: composição musical que introduz o espetáculo. Pode ser uma montagem com trechos das principais canções da peça.
  • Reprise: reapresentação de alguma música no final da peça, com objetivo de acrescentar outra ideia. É possível haver mudança na letra, dependendo do caso.

    A reprise também serve para preencher alguma pausa, reforçar um ponto específico, ou mesmo para ser uma canção lembrada pelo público mesmo após o fim do espetáculo.

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Em breve, postaremos novos artigos. Mas, enquanto isso, comente abaixo o que achou do texto. É sempre muito bom saber a sua opinião.



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