Um novo estudo realizado no Brasil mostrou que bebês expostos à infecção por SARS-CoV-2 no útero podem ter um risco aumentado de atrasos no desenvolvimento no primeiro ano de vida . O estudo, publicado no International Journal of Infectious Diseases, avaliou mulheres no norte do Brasil de abril de 2020 a julho de 2021 .

O estudo comparou os resultados entre um grupo de casos de 69 crianças expostas à COVID-19 confirmada em laboratório no útero e um grupo controle de 68 crianças sem exposição conhecida à COVID-19 no útero . Todas as mães não estavam vacinadas no momento da inclusão na coorte e a demografia materna foi semelhante nos dois grupos .

Aos 12 meses, 20,3% das crianças expostas à COVID-19 e 5,9% dos controles receberam um diagnóstico de atraso no desenvolvimento neurológico. A prevalência de comprometimento do neurodesenvolvimento usando o Ages & Stages Questionnaire (ASQ-3) foi de 35,7% aos 4 meses, 7,0% aos 6 meses e 32,1% aos 12 meses para o grupo exposto .

Mais de 50% dos bebês expostos ao SARS-CoV-2 apresentaram pontuações ASQ-3 abaixo do ponto de corte esperado, com cerca de metade classificada com atraso no desenvolvimento neurológico, principalmente aos 4 e 12 meses. Além disso, 10% dos bebês expostos tiveram resultados anormais na ultrassonografia craniana, principalmente ventriculomegalia leve, um inchaço no cérebro causado pelo acúmulo de líquido cefalorraquidiano .

Embora os resultados tenham sido em sua maioria leves, houve uma associação entre o diagnóstico de anormalidades e o risco de atraso no desenvolvimento .

Este estudo é importante porque é o primeiro a analisar o impacto da infecção por SARS-CoV-2 no desenvolvimento fetal no norte do Brasil. Estudos anteriores realizados nos Estados Unidos e em outros lugares também mostraram risco de atrasos em bebês expostos à infecção por COVID-19 no útero .