A relação entre Israel e Espanha atingiu um ponto crítico nas últimas semanas, com a comunidade judaica espanhola enfrentando uma série de incidentes antissemitas. Estes incidentes, que parecem estar relacionados ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, têm gerado tensões políticas significativas entre os dois países.

A escalada de hostilidades começou após o ataque do Hamas na Faixa de Gaza em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1.400 pessoas. Em resposta, Israel lançou ataques intensivos contra alvos do Hamas, culminando em uma esperada invasão terrestre para neutralizar o grupo terrorista. Esta resposta, no entanto, gerou críticas em todo o mundo, incluindo na Espanha.

A ministra interina dos direitos sociais da Espanha, Ione Belarra, foi uma das vozes proeminentes a condenar veementemente a ação de Israel. Ela pediu, em um vídeo amplamente divulgado, que as relações diplomáticas com Israel fossem urgentemente suspensas. Além disso, ela instou o Governo Espanhol a levar o Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Estas declarações provocaram uma resposta imediata da Embaixada de Israel em Madrid, que condenou as palavras da ministra como "vergonhosas" e acusou alguns membros do governo espanhol de se alinharem com o Hamas, colocando em risco as comunidades judaicas na Espanha.

Os ataques antissemitas não se limitaram a palavras. Sinagogas espanholas foram vandalizadas, com pichações de "Palestina Livre" ao lado de símbolos judaicos riscados. Em Melilla, um enclave espanhol na costa norte da África, manifestantes queimaram uma bandeira israelense em frente a uma sinagoga, levando a intervenção policial. O prefeito de Melilla, Juan José Imbroda, expressou sua esperança de que a longa tradição de coexistência pacífica entre judeus, muçulmanos e cristãos na cidade não seja afetada por "conflitos externos".

O governo espanhol, liderado pelo Presidente Pedro Sánchez, enfrentou a difícil tarefa de equilibrar as opiniões divergentes dentro de seu próprio gabinete. Enquanto o Ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, expressou seu descontentamento com a declaração da Embaixada de Israel, ele reiterou a condenação dos ataques terroristas do Hamas e defendeu o direito de Israel de se defender dentro dos limites estabelecidos Pelo Direito Internacional e pelo Direito Internacional Humanitário.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas teve repercussões significativas na Espanha, levando a tensões políticas e a uma série de incidentes antissemitas. A situação continua a evoluir rapidamente, com o governo espanhol enfrentando o desafio de manter um equilíbrio delicado entre as opiniões divergentes em seu próprio país e as relações diplomáticas com Israel.