O governo do Reino Unido anunciou uma nova abordagem para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2050, com o objetivo de suavizar algumas das políticas ambientais mais rigorosas. Isso ocorre em um momento em que o país enfrenta uma crise de custo de vida sem precedentes em décadas e com eleições gerais se aproximando no próximo ano.

O primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou o adiamento da proibição de carros a gasolina e diesel em cinco anos, passando de 2030 para 2035. Além disso, o governo descartou políticas que forçariam os proprietários de casas a realizar atualizações caras de eficiência energética. No entanto, a meta de emissões líquidas zero até 2050 permanece em vigor, desde que não represente um "custo inaceitável" para as famílias britânicas.

A decisão foi tomada em meio ao aumento dos preços dos alimentos e da energia, enquanto o Partido Conservador enfrenta uma queda significativa nas pesquisas de opinião, com uma desvantagem de cerca de 20 pontos percentuais em relação ao Partido Trabalhista.

Sunak argumentou que o debate sobre a neutralidade carbónica precisa ser mais realista e pragmático, evitando extremismos. Ele enfatizou a necessidade de clareza e afirmou que o governo não forçará ninguém a fazer atualizações caras em suas casas para melhorar a eficiência energética.

A mudança de política incluiu também a confirmação de que o governo não proibirá a exploração de petróleo e gás no Mar do Norte, com o argumento de que isso manterá o Reino Unido menos dependente de energia importada e cara de ditadores estrangeiros.

As reações a essa mudança de curso foram mistas. Enquanto algumas fabricantes de automóveis elogiaram o adiamento da proibição de carros a gasolina e diesel, outras criticaram a falta de consistência do governo. A indústria energética expressou preocupações de que a mudança nas políticas prejudicaria a competitividade do Reino Unido em atrair investimentos em tecnologias verdes.

Muitos especialistas enfatizaram a importância da clareza e da previsibilidade nas políticas ambientais para atrair investimentos em energias renováveis e garantir o cumprimento das metas de emissões líquidas zero. A incerteza política poderia minar a posição do Reino Unido como líder na redução de emissões e no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono.