Na tribuna das Nações Unidas, o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, fez um apelo urgente à comunidade internacional. Ele solicitou a implantação de uma missão multinacional especializada, em cooperação com a Polícia Nacional do Haiti, para enfrentar o crescente problema das gangues e restabelecer a segurança em seu país.

Em seu discurso durante o debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, Henry destacou a gravidade da situação. Ele mencionou as mulheres e meninas vítimas de violência sexual diariamente, milhares de famílias expulsas de suas casas, e as crianças e jovens do Haiti a quem foi negado o direito à educação e instrução. Em nome de todos os haitianos afetados pela barbárie das gangues, ele exortou a comunidade internacional a agir rapidamente.

O primeiro-ministro enfatizou que a situação de segurança no Haiti deteriorou-se significativamente. A população enfrenta ataques violentos diários de Gangues Armadas tanto na capital quanto nas cidades provinciais. Os criminosos controlam grande parte da capital, os subúrbios de Porto Príncipe e algumas cidades na província. Atos de violência, incêndios criminosos e uma crueldade rara têm caracterizado a ação desses grupos.

Essa escalada da violência resultou em uma nova crise humanitária, com deslocados que buscam abrigo em locais improvisados para escapar da violência das gangues.

Ariel Henry assegurou que todos os recursos disponíveis foram mobilizados para enfrentar esse desafio. Ele destacou que o retorno à segurança é crucial para o restabelecimento das instituições democráticas no Haiti e para a abordagem das questões econômicas e sociais subjacentes.

O primeiro-ministro lembrou que o governo haitiano já havia solicitado anteriormente o apoio da ONU em outubro de 2022, e essa solicitação foi renovada em junho de 2023. Ele enfatizou a urgência da situação e pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorizasse a criação de uma missão multinacional especializada, composta por policiais e militares, em colaboração com a Polícia Nacional do Haiti, para combater as gangues e restaurar a segurança.

Além da crise interna, Henry também alertou para uma situação preocupante na fronteira entre o Haiti e a República Dominicana. Ele mencionou o "Massacre de Rivière", um rio de fronteira cuja exploração é regulamentada por tratados e acordos internacionais.

O governo dominicano tem sido contestado por negar o direito do Haiti de explorar o rio em seu próprio território. Isso levou ao fechamento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas com o Haiti por parte das autoridades dominicanas, criando um conflito perigoso e desnecessário entre os dois países.

Ariel Henry condenou tais ações como hostis e agressivas, colocando em perigo a vida dos cidadãos haitianos na República Dominicana. Ele pediu o respeito pela integridade do território haitiano e instou ambas as nações a priorizarem o diálogo e a negociação para resolver essa disputa.

A situação no Haiti é complexa e requer uma resposta urgente da comunidade internacional para restaurar a segurança e estabilizar a região.