A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é um problema de saúde alarmante no Paquistão. Segundo um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 32,2 milhões de adultos paquistaneses sofrem com essa condição. Este relatório revelador, intitulado "A corrida contra um assassino silencioso", destaca a urgente necessidade de ações para combater essa epidemia silenciosa que assola o país.

O relatório da OMS revela uma imagem preocupante da situação da hipertensão no Paquistão. Dos 32,2 milhões de adultos hipertensos, apenas 44% são diagnosticados, sendo que homens representam 34% e mulheres 54%. Mais alarmante ainda, apenas 35% desses pacientes estão recebendo tratamento adequado, com míseros 11% conseguindo manter a hipertensão controlada (8% homens e 14% mulheres).

Além disso, os números relacionados aos fatores de risco são igualmente alarmantes. O consumo diário médio de sal per capita é de 9 gramas, muito acima do recomendado pela OMS. Um preocupante número de 21% da população é composta por fumantes, sendo 34% homens e 8% mulheres, com base em dados de 2019. Outro dado que salta aos olhos é que 34% da população paquistanesa é fisicamente inativa, conforme dados de 2016.

As consequências da hipertensão não podem ser ignoradas. O relatório destaca que, em 2019, aproximadamente 450 mil pessoas perderam suas vidas devido a doenças cardiovasculares no Paquistão, com impressionantes 58% dessas mortes atribuídas à hipertensão. O relatório também lamenta a falta de diretrizes de tratamento e de uma meta nacional para a pressão arterial.

Além disso, o Paquistão enfrenta uma lacuna preocupante em termos de coleta de dados. O país carece de um sistema funcional para registrar dados confiáveis de mortalidade por causas específicas em uma base rotineira, o que dificulta ainda mais a abordagem eficaz da hipertensão.

Para combater esse problema de saúde pública, é imperativo tomar medidas imediatas. O relatório da OMS destaca que, para alcançar uma taxa de controle de 50%, mais 12,5 milhões de pessoas com hipertensão precisariam de tratamento eficaz. Se esse cenário de progresso fosse alcançado, cerca de 839 mil vidas poderiam ser salvas até 2040.

Globalmente, a hipertensão é um problema crescente. O relatório revela que o número de pessoas vivendo com hipertensão dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão. Alarmantemente, quase metade das pessoas com hipertensão em todo o mundo não têm conhecimento de sua condição, e mais de três quartos dos adultos com hipertensão vivem em países de baixa e média renda.

Felizmente, há esperança na luta contra a hipertensão. Mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo fisicamente, podem ajudar a reduzir a pressão arterial. Além disso, algumas pessoas podem necessitar de medicamentos eficazes para controlar a hipertensão e prevenir complicações relacionadas.

A prevenção, a detecção precoce e o manejo eficaz da hipertensão são medidas altamente custo-eficazes no campo da saúde e devem ser priorizadas pelos países como parte de seus programas nacionais de cuidados primários de saúde.

A hipertensão é um assassino silencioso que afeta milhões de paquistaneses. Este relatório da OMS é um alerta para a necessidade de ações urgentes. Com medidas adequadas de prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz, podemos salvar vidas e reduzir o fardo da hipertensão no Paquistão. É hora de enfrentar esse desafio de saúde de frente e garantir um futuro mais saudável para todos.