Num tweet recente, o repórter do Estadão Tácio Lorran levantou as sobrancelhas ao afirmar que o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, possuía Presentes extravagantes. Esses presentes incluíam relógios Cartier e Piaget, bem como um colar de ouro branco.

O repórter investigou os arquivos públicos e privados do ex-presidente para descobrir a verdade por trás destes itens luxuosos.

Um dos itens de destaque em poder de Lula é um relógio Piaget, avaliado em impressionantes R$ 80 mil. Curiosamente, este relógio de fabricação suíça nem aparece na lista oficial de presentes recebidos pelo ex-presidente. Lula explicou que esse item específico desapareceu por um período, mas depois foi redescoberto em uma gaveta. Ele não apenas o encontrou, mas também começou a usá-lo, chegando a posar para fotos com o relógio em 2022.

Outra peça marcante da coleção de Lula é um relógio Cartier Santos Dumont avaliado em R$ 60 mil. Este elegante relógio é feito em ouro branco 18 quilates e prata 750, apresentando uma coroa adornada com uma pedra de safira azul. É um dos modelos clássicos da conceituada marca de luxo francesa. Curiosamente, o mesmo modelo está à venda no site Jewellery Discovery ao preço de 9.650 libras esterlinas.

Além dos relógios Cartier e Piaget, a coleção particular de Lula também traz um “relógio suíço folheado a prata” e um “colar de ouro branco com detalhes em ouro amarelo”. Esses itens teriam sido apresentados a ele como presentes pela Líbia e por uma empresa estatal chinesa.

Em 2016, a lista de presentes concedidos a Lula passou a ser objeto de escrutínio, levando a um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) e a uma investigação da força-tarefa da Lava Jato. O TCU determinou que Lula devolvesse 453 itens, entre esculturas, pinturas, tapetes, vasos e porcelanas. No entanto, notavelmente ausentes da lista estavam os relógios de luxo.

Ao avaliar o caso de Lula, o TCU estabeleceu que presentes de caráter altamente pessoal poderiam permanecer em poder do ex-presidente. Esta decisão abriu um precedente para futuros titulares de cargos. No entanto, o TCU defende que os objetos de valor significativo devem ser devolvidos ao Estado.

O argumento do TCU de que “itens de grande valor deveriam ser restituídos ao Estado” tem sido consistentemente aplicado a outras figuras políticas. Isto levou a apelos para que o presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros devolvessem presentes valiosos que receberam durante o mandato, alguns dos quais tentaram vender.

Em resposta a essas denúncias, o Twitter oficial da Presidência da República (@secomvc) afirmou que não houve irregularidades no caso de Lula. Ressaltaram que Lula não vendeu nem tentou vender nenhum dos presentes que recebeu.

A controvérsia em torno da posse de relógios Cartier e Piaget por Lula, juntamente com um colar de ouro branco, continua a levantar questões sobre as implicações éticas de aceitar presentes tão extravagantes enquanto ocupa cargos públicos. Embora a decisão do TCU permita a retenção de presentes pessoais, ela sublinha a importância da transparência e da responsabilização no serviço público.

Em meio a esse debate, o público brasileiro permanece dividido sobre se esses itens devem ser devolvidos ao Estado ou se podem ser considerados bens pessoais. À medida que esta história intrigante se desenrola, serve como um lembrete das complexas questões éticas e legais que podem surgir quando figuras públicas recebem presentes valiosos durante o seu mandato.